Ação realizada pelo CRN-8 alerta para cuidados na alimentação dos idosos

Ação realizada pelo CRN-8 alerta para cuidados na alimentação dos idosos

Um levantamento realizado recentemente pelo Conselho Regional de Nutrição do Paraná (CRN-8) revela dados preocupantes sobre o estado nutricional e os hábitos alimentares tanto da população idosa quanto de adultos na faixa etária de 20 a 60 anos. A pesquisa, baseada no Instrumento MAN (Mini Avaliações Nutricionais) e no teste “Como está sua alimentação?”, demonstra a importância do acompanhamento nutricional em diferentes fases da vida.

A ação sobre saúde e segurança alimentar para população idosa foi realizada em julho com a participação dos alunos do Programa CRN-8 Jovem, orientados por profissionais do CRN-8. A atividade foi organizada pela Associação Comercial do Paraná (ACP) e foi realizada de forma gratuita na Rua XV de Novembro, no centro de Curitiba.

A ação apontou que entre os idosos, os resultados mostram que, apesar de 78% dos entrevistados se considerarem livres de problemas nutricionais, 35% estão em risco de desnutrição e 4% já se encontram desnutridos. Isso evidencia a necessidade de um cuidado mais atento com a nutrição desse grupo, especialmente porque muitos não percebem sua real condição de saúde. No entanto, 4% dos idosos realizam apenas uma refeição completa ao dia, um dado que reforça a urgência de intervenções nutricionais.

Para a população entre 20 e 60 anos, o teste “Como está sua alimentação?” revelou que muitos ainda precisam adotar hábitos alimentares mais saudáveis. Apenas 27% consomem duas porções de frutas por dia, e 47% ingerem menos de quatro copos de líquidos diariamente. Além disso, o consumo de embutidos, frituras e salgadinhos é alarmante, com 27% dos entrevistados relatando o consumo desses alimentos diariamente. Outro dado preocupante é que 47% nunca leem as informações nutricionais nos rótulos dos alimentos industrializados, uma prática que poderia auxiliar na escolha de opções mais saudáveis.

Esses dados reforçam a necessidade de atuação constante dos nutricionistas na promoção de uma alimentação saudável e na prevenção de doenças crônicas. A educação nutricional, combinada com o incentivo à prática de atividade física, pode fazer a diferença na qualidade de vida de ambas as faixas etárias estudadas. Em resumo, o papel do nutricionista se mostra essencial para a promoção da saúde e do bem-estar da população.

Treinamento

Os estudantes do CRN-8 Jovem foram previamente treinados para a atividade. Durante a ação, também foram aferidas medidas antropométricas, como peso, altura, circunferência do braço e da panturrilha. Com essas informações, foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) e foi possível verificar se é necessário realizar alguma adequação alimentar.

A nutricionista Flávia Cristina Severo Grando participou do evento e foi a responsável por orientar os estudantes. “Com o processo de envelhecimento, naturalmente o idoso passa por alterações de composição corporal, muitas vezes associada a patologias crônicas ou agudas e o ato de alimentar-se requer atenção. A solidão, falta de disposição, falta de estímulos, debilitação, redução do paladar e tantas outras alterações fisiológicas e do contexto social, impactam na alimentação e por vezes no baixo consumo alimentar, além de inadequado nutricionalmente e isso trará impacto na condição nutricional e na qualidade de vida do idoso. Assim, toda a sociedade precisa se mobilizar para o cuidado e importância da assistência nutricional ao idoso, além dos adultos mais jovens”, afirma a profissional.

Os alunos voluntários do CRN-8 Jovem que participaram do evento foram: Ana Kelly Pereira do Nascimento Bueno, Elisa de Sousa, Flávia Sansaloni, Gabriele Vitoria Bartos Minoreto, Nicole Flores Pinto, Pamela Peixoto de Oliveira Loroza, Priscila Graunki, Sulamita dos Santos Magno, Tano da Silveira de Assis Bastos, Tatiane Bento da Silva, Tatiane dos Santos Britos, Thais Maria Silva, Maria Eduarda Casini Macedo, Elisa de Souza Oliveira, Patrícia dos Santos.

Curso Autismo e alimentação saudável

Curso Autismo e alimentação saudável

o curso “Autismo e alimentação saudável” tem inscrições gratuitas e vagas limitadas

Os cem primeiros inscritos garantem participação.

Informações:

Curso com a nutricionista profissional: Raiane Mendes Dantas

Público-alvo: Nutricionistas que pretendem atuar como terapeuta alimentar infantil.

Carga horária: 8h

Plataforma: Zoom

Limite de vagas: 100

Inscrições pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/1ToJ6S_85cZOnjhEYUWb-GsMIY7EBHqcLmEVflbTXTiY/viewform?edit_requested=true

Ensino: o papel dos nutricionistas dentro do ambiente escolar

Ensino: o papel dos nutricionistas dentro do ambiente escolar

Crédito: Arnaldo Alves_AEN

Proporcionar uma boa educação alimentar e nutricional para garantir o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes. Esse é um dos principais papéis exercidos pelos nutricionistas em um ambiente escolar. O Dia Nacional da Alimentação nas Escolas, celebrado nesta sexta-feira (21), tem como propósito alertar toda a comunidade sobre a importância de se manter bons hábitos alimentares para os estudantes. Cabe, justamente, ao nutricionista assumir as atividades de planejamento, coordenação, direção, supervisão e avaliação de todas as ações de alimentação e nutrição no âmbito da alimentação nas escolas e colégios.

“Uma alimentação saudável fornece os nutrientes adequados ao crescimento e às modificações corporais que ocorrem nesse período. Devemos estimular a alimentação saudável desde a infância, pois os benefícios são inúmeros e só têm a agregar em nossa qualidade de vida, pois, como consequência, esses hábitos vão se tornando rotina para a criança e para a vida adulta possivelmente continuará”, explica a vice-presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Thatielly Schwarzbach.

Além disso, a atuação do nutricionista nas escolas gera segurança e garantia de que todos os alunos estão recebendo uma alimentação balanceada. “O nutricionista é o profissional habilitado a mostrar para a criança desde o início da introdução alimentar os benefícios do alimento”, complementa. De acordo com a legislação, os alunos com necessidades alimentares específicas recebem um cardápio conforme suas necessidades.

A alimentação está ligada diretamente à aprendizagem, pois uma criança bem alimentada, segundo relata a profissional, mostra uma melhor disposição para aprender e desenvolver as suas habilidades, além de ajudar a ter uma melhor concentração. “Com total certeza, o alimento saudável acaba contribuindo para um melhor aproveitamento na escola”, enfatiza Thatielly.

É na escola que a criança passa a maior parte do seu dia. Dessa forma, a alimentação no ambiente escolar é muito importante. “O ambiente escolar permite a interação com crianças diferentes da sua casa, com hábitos diferentes e isso é muito rico para que as crianças tenham experiências alimentares diferentes. Muitos pais relatam que seus filhos iniciam a comer determinado alimento na escola, muitas vezes até por influência de um amigo”, conta Thatielly.

A escola ainda oferece a oportunidade para que os estudantes tenham a oportunidade de ter diariamente um cardápio diferenciado. O cardápio da alimentação escolar é um instrumento que visa assegurar a oferta de uma alimentação saudável e adequada, que garanta o atendimento das necessidades nutricionais dos alunos durante o período letivo e atue como um elemento pedagógico.

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade

A população adulta do Paraná diagnosticada com algum grau de obesidade aumentou 11% na última década. Em 2012, o índice era de 24,48% e saltou para 35,49% até setembro de 2022. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.

Se levar em conta os números gerais, o aumento é de 22% no mesmo período. Em 2012, o Sistema indicou que 38% da população do Paraná, entre crianças, adolescentes e adultos, foi constatada com obesidade. Este número aumentou para 60% de pessoas que têm os graus 1 ou 2 ou 3 de obesidade.

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção da obesidade.

Os índices da doença são considerados grandes em todo o globo e a tendência é de aumento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas.

A nutricionista Gisele Farias, do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná, classifica algumas causas para esse aumento: “Maior oferta de alimentos com alta densidade energética, ou seja, alimentos com muitas calorias em poucas quantidades, ricos em açúcares”.

Além disso, ela avalia que “a população está cada vez mais se exercitando menos, fato que se agravou durante a pandemia da Covid-19”. Em 2019, por exemplo, o Sisvan apontou que o índice de adolescentes com obesidade era de 13%. Em 2021, durante a pandemia, o número chegou a 18%. “Foi muita ansiedade nessa época e as pessoas buscaram conforto na alimentação”, afirma Gisele.

 A obesidade é responsável por causar diversos riscos para a saúde. “A obesidade é uma doença crônica que se relaciona com o desenvolvimento de inúmeras outras doenças crônicas, com maior risco de vida, como as doenças cardiovasculares, como cardiopatias, hipertensão arterial, aumento da chance de acidente vascular cerebral (AVC), maior risco de diabetes, esteatose hepática, doenças ósseas e articulares. E também as doenças sociais, como o aumento de depressão, entre inúmeras outras situações”, explica Gisele.