Alimentação saudável e acompanhamento nutricional  são indispensáveis no combate à hipertensão

Alimentação saudável e acompanhamento nutricional  são indispensáveis no combate à hipertensão

Uma boa alimentação e o acompanhamento com nutricionista são essenciais para prevenção da hipertensão. Neste dia 26 de abril celebra-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, instituído pela Lei 10.439/2002 com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença. Uma dieta balanceada é uma aliada fundamental para ajudar na regulação dos níveis de pressão e, até mesmo, na prevenção do surgimento da doença.

Cabe ao nutricionista o papel de auxiliar na escolha dos alimentos, nas formas de preparo, na leitura e na interpretação dos rótulos e elaborar um plano individualizado da alimentação. São vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento. A obesidade e o sobrepeso podem aceleram em até 10 anos o aparecimento da doença e seus sintomas. O consumo exagerado de sódio associados a hábitos alimentares não adequados também colaboram para o surgimento da hipertensão.

A conselheira e nutricionista do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Letícia Mazepa, alerta para os riscos do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos de pacote, refrigerantes, snacks, molhos prontos, caldos com sabor de carne, frango e legumes, produtos congelados prontos para consumo, entre outros. “Grande parte dos produtos ultraprocessados contém elevados níveis de sódio, uma vez que esse ingrediente serve tanto para aumentar a palatabilidade do produto como estender a sua vida de prateleira”, afirma.

A nutricionista ainda redobra a atenção para o a alimentação de quem já é hipertenso. Deve-se evitar alguns alimentos, como: embutidos e carnes processadas (salames, presunto, mortadela, peito de peru defumado, salsicha, empanado de frango), queijos processados (como o parmesão), salgadinhos, biscoitos, alguns pães, produtos congelados, macarrão instantâneo, molhos prontos (como molhos para salada, shoyu), temperos prontos em tabletes e sachês, conservas e enlatados (sardinha, milho, ervilha, picles), além de evitar a ingestão de álcool.

A doença ocorre com a elevação dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg, ou como é conhecido popularmente, 14/9. A pressão é medida pela força de contração do coração e das paredes das artérias para impulsionar o sangue para todo o corpo, quando está alta pode causar danos na sua estrutura.

Para o controle dos níveis de pressão arterial, uma alimentação baseada em alimentos in-natura e minimamente processados, é o ideal. A nutricionista Letícia chama atenção para uma dieta desenvolvida pelo Instituto Nacional de Coração, Pulmões e Sangue dos Estados Unidos. Segundo ela, a dieta demonstrou eficácia na redução da pressão arterial e é baseada em maior consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, e consumo moderado de oleaginosas.

Essa dieta também contempla a redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar (como sucos ultraprocessados e refrigerantes) e carnes vermelhas. “Esse conjunto de características faz com que o indivíduo consuma alimentos com maiores teores de potássio, cálcio, magnésio e fibras, e quantidades reduzidas de colesterol e gordura total e saturada, fundamentais no controle da pressão.” afirma Letícia.

DICAS

A nutricionista Letícia Mazepa elenca hábitos alimentares que podem auxiliar na prevenção dos altos índices de pressão, confira:

 – Insira na rotina alimentos ricos em potássio, pois esse mineral contribui para o controle da pressão arterial: abacate, melão, leite desnatado, iogurte desnatado, folhas verdes, feijão, laranja, ervilha, ameixa, espinafre, tomate, uva-passa e damasco são alguns exemplos.

– Consumir laticínios magros, como leite e iogurte desnatado.

– Mantenha um peso corporal saudável. O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para a hipertensão.

– Não deixe o saleiro na mesa para evitar a adição do sal durante a refeição.

– Dê preferência aos temperos naturais. A combinação de ervas e especiarias é um método excelente de conferir sabor às receitas e reduzir a quantidade de sal. Uma alternativa é substituir o sal pelo sal de ervas:

Ingredientes:

2 colheres (sopa) de salsinha desidratada

2 colheres (sopa) de orégano desidratado

2 colheres (sopa) de manjericão desidratado

2 colheres (sopa) de gergelim tostado

500g de sal marinho ou sal light

Preparo:

Processar todos os ingredientes em mixer ou liquidificador.

Armazenar em pote de vidro e usar nas preparações em substituição ao sal puro.

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial  

O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é celebrado no dia 26 de abril. A data, instituída pela Lei nº 10.439/2002, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença. Em 2019, de acordo com os dados coletados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 44,8% dos adultos não alcançaram um nível suficiente de prática de atividade física, sendo esse percentual maior entre mulheres (52,2%) do que entre homens (36,1%).

De acordo com a nutricionista Graziela Beduschi (CRN-8 1110) alguns hábitos alimentares podem colaborar para a prevenção e combate a Hipertensão Arterial.

1)     Controle do Peso

A obesidade está associada ao aumento do risco de Hipertensão Arterial. Por outro lado, a diminuição do peso promove a diminuição da Pressão Arterial tanto em indivíduos normotensos quanto em hipertensos.

2)     Dieta Saudável (DASH)

Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão Arterial (2020) há várias propostas de dietas para a prevenção da Hipertensão Arterial, que também favorecem o controle dos hipertensos e contribuem para a saúde como um todo. Dentre as mudanças, cita-se o aumento do consumo de frutas, verduras, legumes, sementes, oleaginosas e grãos, como as leguminosas; diminuição do carboidrato refinado, preferindo o integral; e troca das carnes, leite, iogurte e queijos mais gordos para a versão mais magra e em quantidade moderada e suas variantes (baixa quantidade de gordura, mediterrânea, vegetariana/vegana, nórdica, baixo teor de carboidratos etc.). Os benefícios são ainda maiores quando ocorre em conjunto a redução de ingestão de sódio.

“Todos os documentos sobre o assunto indicam que a alimentação in natura, com baixo teor de sódio, rica em fibras e potássio, ajuda na prevenção e tratamento da Hipertensão Arterial e de várias outras síndromes metabólicas”, explica a nutricionista. Segundo ela, o ideal é a o cardápio conter sempre frutas, verduras, legumes, cereais (de preferência integrais), leguminosas, leite e derivados magros, castanhas e sementes sem sal. Também é importante a redução da gordura saturada, do sal e de alimentos processados e ultraprocessados.

3)     Sódio

Recomenda-se que a ingestão de sódio seja limitada a aproximadamente 2 g/dia (equivalente a cerca de 5 g de sal por dia). “A redução eficaz do sal não é fácil e, muitas vezes, sabe-se pouco quais alimentos contém altos níveis de sal. É necessário ter muito cuidado com a quantidade de sal adicionado e com os alimentos com alto teor de sal, como os produtos industrializados, processados e ultraprocessados”, afirma Graziela.

4)     Potássio

O aumento na ingestão de potássio, reduz os níveis pressóricos. A relação entre o aumento da suplementação de potássio e a diminuição da Hipertensão Arterial está relativamente bem compreendida. “Sua ingestão pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escura (espinafre), abobora, batata doce, banana, ameixa, romã, melão, cenoura, beterraba, frutas secas (damasco, uvas-passas), tomate, batata-inglesa e laranja, abacate, melão, leite desnatado, iogurte desnatado, folhas verdes, peixes (linguado e atum)”.

5)     Álcool

O impacto da ingestão de álcool foi avaliado em diversos estudos epidemiológicos. Há maior prevalência de Hipertensão Arterial ou elevação dos níveis pressóricos naqueles que ingeriam seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia = 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); = 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); = 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente). Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso e mulheres.

6)     Sedentarismo

Há uma associação direta entre sedentarismo, elevação da pressão arterial e da Hipertensão Arterial. Chama a atenção que, em 2018, globalmente, a falta de atividade física (menos de 150 minutos de atividade física por semana ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana) era de 27,5%, com maior prevalência entre as mulheres (31,7%) do que nos homens (23,4%). Outros: estresse, tabagismo e distúrbios do sono também são fatores que devem ser combatidos para evitar a Hipertensão Arterial

A importância do SAL

A nutricionista Graziela explica que o sal (cloreto de sódio) não é apenas um vilão, mas que exerce função importante no nosso organismo. “O Sódio (Na) presente no sal é um nutriente necessário para a manter do volume plasmático, equilíbrio ácido básico, funcionamento das células e transmissão de impulsos nervosos. Logo não deve ser excluído da alimentação diária, porém deve ser consumido moderadamente”.

Curiosidades

A nutricionista explica que, além do sódio presente no sal que adicionamos na comida, há também o sódio intrínseco dos alimentos. “Por exemplo 100g de carne vermelha crua, antes de temperar, já tem 62mg de Sódio, 1 copo de leite semidesnatado apresenta 120mg de Sódio, além de que temos o sódio obtido no consumo de alimentos processados e ultraprocessados, por exemplo: 3 biscoitos recheados apresentam 60 a 70mg de sódio, ½ cubo de tempero pronto caldo de galinha 1000mg de Sódio, 1 pacote  de macarrão instantâneo 1500mg de Sódio”.

Receitas – Graziela Beduschi

SAL FUNCIONAL

Ingredientes:

2 col de sopa (40g) de sal marinho

1 col de sopa (20g) de alecrim fresco (tire o caule) ou desidratado

2 col de sopa (40g) de manjericão desidratado

1 col de sopa (20g) de orégano

Opcional: 1 col de sopa (20g) de curry ou açafrão-da-terra ou curcuma

Bata todos os ingredientes no liquidificador, multiprocessador ou mixer e guarde em um vidro, de preferência com tampa plastica, na geladeira.

TEMPEROS E COMBINAÇÕES

Alecrim: carnes em geral, em especial a de carneiro e de porco, batatas

Coentro: comida mexicana, peixe, frango e frutos do mar

Cominho: legumes

Hortelã: comida árabe (kibe, tabule), chá, agua saborizada

Gengibre: comida japonesa, frango, camarão e frutos do mar, molhos, chás e sucos

Louro: feijão, lentilha, sopas, carne moída, carne de panela e carne de porco

Manjericão: peixe, frango, pizza e massas (no molho de tomate ou molho pesto)

Manjerona: todas as carnes, frango e molhos

Orégano: pizza, saladas, sanduíches e massas

Salsa, cebolinha e alho poró: use em tudo, sempre de acordo com o seu paladar

Sálvia: frango

Páprica picante: todas as carnes, legumes, arroz, cogumelo, peixes

Curry ou cúrcuma ou açafrão da terra: todas as carnes, peixes, frutos do mar, legumes, arroz, cogumelo

Canela: carnes, mingau de aveia, leite, iogurtes, chás, cafés…

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