Dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, com o objetivo de fazer um alerta à população sobre a necessidade da preservação desse recurso tão importante. Além de ser essencial para a manutenção da vida no planeta, é indiscutível sua importância para os seres humanos. A ingestão de uma água potável limpa traz inúmeros benefícios a espécie, como por exemplo: a prevenção de doenças, regulação da temperatura corporal, absorção de nutrientes dos alimentos e na eliminação de substâncias tóxicas do corpo.
Em 2010, a ONU reconheceu o direito à água limpa e segura como um direito essencial para se viver e poder exercer os demais direitos. Na prática, porém, isso não acontece. Segundo um estudo realizado em 2015 pela Unicef, junto a World Health Organization (WHO), uma em cada três pessoas no mundo ainda não tem acesso a serviços de saneamento básico. E, aqueles que possuem esse serviço já estão consumindo água contaminada por agrotóxicos e/ou metais pesados, é o que aponta os dados de 2019 do Ministério da Saúde, junto a Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye.
Para conversar sobre esse assunto, o CRN-8 entrou em contato com o engenheiro agrônomo, Tiago Hachmann, que afirma “Esse é um dos principais problemas a serem trabalhados pelos gestores públicos na atualidade. O desenvolvimento de uma agricultura mais intensiva levou à maior aplicação de agrotóxicos para garantir a adequada produção de alimentos. O principal entrave está em realizar ações técnico-agronômicas simples, mas que garantem que não ocorra a contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos.”
Por ser fundamental para a vida no planeta Terra e para os seres humanos, como já mencionado anteriormente, é importante que as pessoas tenham acesso a água de qualidade para seu consumo, seja ele direto ou indireto. Quando contaminada, ela acaba por ser um veículo de transmissão de doenças, causando sérios danos à saúde humana. Segundo o engenheiro agrônomo, “a água de qualidade, livre de agrotóxicos, é a base para a obtenção de uma alimentação saudável. A presença de agrotóxicos nos alimentos gera uma série de problemas para a saúde do consumidor, mas também dos agricultores.” E quando se trata dos impactos à saúde ele ressalta que, além das doenças, há também um impacto indireto da preocupação e insegurança em consumir a água, o que pode desencadear outros problemas.
A dúvida que fica é: O que está faltando para que a população tenha acesso a uma água sem esses agentes contaminadores? Para Tiago, os principais responsáveis por manipular os agrotóxicos são os agricultores, o que falta são “políticas públicas e ações de orientação que garantam que o agricultor faça o adequado uso dos agrotóxicos. Esse adequado uso envolve regulagem dos equipamentos, aplicação na ausência de ventos, observação da previsão climatológica para realizar a aplicação, utilização da dose recomendada, respeitar a carência recomendada, dentre outros.”.
Contudo, ele reforça que, atualmente, existem sistemas agrícolas que garantem a “não-contaminação” do ambiente por agrotóxicos, o que, por consequência, reflete também nos corpos hídricos. “Esses sistemas foram desenvolvidos com o objetivo de garantir a ausência de agrotóxicos, tanto no alimento consumido quanto na água.” Porém, um dos problemas apontados é que “os consumidores ainda tem uma visão voltada ao preço do alimento, e não à qualidade, deixando de valorizar sistemas agrícolas mais seguros e sustentáveis.”.
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