XV Encontro dos Coordenadores de Nutrição do Paraná reúne especialistas para discutir avanços e desafios da área
O Conselho Regional de Nutrição do Paraná (CRN-8) realizou em 16/08 o XV Encontro dos Coordenadores dos Cursos de Graduação em Nutrição e Técnico em Nutrição e Dietética do Paraná. O evento, que ocorreu de forma híbrida, teve como objetivo promover discussões relevantes e compartilhar conhecimentos sobre a prática da nutrição, com foco nas novas tendências e desafios enfrentados pelos profissionais da área.
A abertura oficial do encontro foi conduzida por Cilene da Silva Gomes Ribeiro, presidente do CRN-8, que deu as boas-vindas aos participantes e destacou a importância do evento para o fortalecimento da profissão no estado. A coordenadora da Comissão de Formação Profissional e Capacitação (CFPC) do CRN-8, Tatiana Marin discorreu sobre o tema central do encontro, além de apresentar os objetivos e a estrutura do evento.
A conselheira do Conselho Federal de Nutricionistas, Liliana Paula Bricarello, ministrou a palestra “Telenutrição: Da Teoria à Prática”. Foram discutidas as nuances e a aplicabilidade da telenutrição, uma área em crescimento que se tornou ainda mais relevante com o advento da pandemia e a necessidade de adaptações na prestação de serviços de saúde.
O Manual de Telenutrição foi elaborado com objetivo de orientar os nutricionistas de todo o Brasil quanto ao atendimento nutricional via Teleconsulta, e todos os demais serviços, a fim de fomentar uma atuação profissional comprometida com a ética e a bioética, visando à proteção da saúde da população.
Para ter acesso ao Manual tanto na versão em ebook interativo ou em PDF para baixar. Basta acessar o site do CFN: http://www.cfn.org.br. Para realizar a Telenutrição é necessário o cadastro na plataforma e-Nutricionista!
A coordenadora técnica do CRN-8, Carolina Bulgacov Dratch, apresentou o “Guia Orientativo do Exercício Ilegal”. Esse guia visa esclarecer dúvidas e fornecer orientações para evitar a prática ilegal na nutrição, um tema de grande importância para a integridade e a ética da profissão. Além das palestras, os participantes puderam interagir e trocar experiências sobre as práticas e os desafios do dia a dia na nutrição. O Encontro proporcionou um espaço para a discussão de questões pertinentes ao evento e permitindo que os participantes compartilhem suas visões e experiências.
JUNHO LARANJA CONSCIENTIZA SOCIEDADE SOBRE ANEMIA E LEUCEMIA
Durante este mês é realizada a campanha Junho Laranja, que tem o objetivo de difundir informações sobre o diagnóstico e prevenção de anemia e leucemia, doenças causadas por deficiências nas células sanguíneas.
ANEMIA
A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais. As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas.
Porém, a anemia causada por deficiência de ferro, denominada anemia ferropriva, é muito mais comum que as demais. Estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de ferro. O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
Os principais sinais e sintomas são: cansaço generalizado, falta de apetite, palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças e apatia.
LEUCEMIA
Já a leucemia é causada pela produção desenfreada de glóbulos brancos pela medula óssea. As células sanguíneas sofrem uma mutação e passam a atuar de maneira defeituosa, substituindo as células saudáveis do corpo e resultando na queda brusca da imunidade corporal. Entre os sintomas estão palidez, cansaço, infecções persistentes, hematomas, fraqueza, febre, dores nas articulações e anemia.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.
O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO
A nutricionista Fernanda Fugolar explica que a anemia por carência de nutrientes pode ser prevenida com alimentação saudável. “Deve-se ingerir alimentos que são fontes de ferro, como: carne, peixe, frango e leguminosas. Também deve-se consumir alimentos fonte de vitamina B12: peixes, carnes, ovos leite e derivados; e de ácido fólico: vegetais folhosos verde escuro, oleaginosas e sementes, leguminosas, grãos integrais e cereais enriquecidos”, aponta.
Em relação à leucemia, a alimentação não tem relação com a origem da doença, portanto não há como prevenir através da nutrição. “Porém, sabemos que indivíduos que possuem uma alimentação saudável e que são bem nutridos, se tiverem o diagnóstico de leucemia terão menos fatores de risco durante o tratamento. Ou seja, apesar da alimentação não ter relação com origem da doença, o paciente nutricionalmente mais saudável tende a ter mais sucesso durante o tratamento”, ressalta.
TRATAMENTO
Durante o tratamento de anemia, o nutricionista deve estabelecer estratégias para a oferta adequada de nutrientes, sempre de acordo com as recomendações por faixa etária e sexo. “Além de estabelecer no plano alimentar condutas a fim de otimizar a absorção de nutrientes”, salienta Fernanda.
No caso da leucemia, o nutricionista é essencial em todas as etapas do tratamento, que pode ser longo. Cabe ao profissional sempre adequar a oferta de nutrientes para cada fase específica do tratamento da doença. “O profissional deve estar apto a identificar os efeitos colaterais que podem surgir em cada período do tratamento e afetar tanto a ingestão alimentar como o estado nutricional do paciente, assim como ajustar a conduta dietoterápica, verificar a necessidade de suplementar ou fazer uso de via alternativa de alimentação conforme o estado nutricional do paciente e sintomas apresentados”, explica a nutricionista.
Ela ressalta que, em ambos os casos, o papel do nutricionista é principalmente trabalhar com a alimentação, com “comida de verdade”, sem restrições desnecessárias, mas sempre conforme a ciência e as recomendações de órgãos oficiais. “Quando necessário, deve-se suplementar ou fazer uso de via alimentar alternativa, sempre segundo as recomendações específicas”, salienta Fernanda.