CRN-8 discute sobre inteligência artificial em evento
O Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8) debateu, durante o XIV Encontro dos Coordenadores dos Cursos Técnicos e Superiores em Nutrição do Paraná, o uso da inteligência artificial. O evento, realizado na última sexta-feira (25/08) sob a organização da Comissão de Formação Profissional do CRN-8, objetivou provocar reflexões sobre a utilização das ferramentas de inteligência artificial, verificando os benefícios e os limites da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem.
Com o tema “A comunicação na formação do nutricionista: utilizando a inteligência artificial com ética”, o Encontro trouxe como palestrante Armando Kolbe Júnior, doutorando em Engenharia do Conhecimento e mestre em Tecnologias. Atualmente, ele é professor do ensino superior do Centro Universitário Internacional Uninter, atuando na área presencial, semipresencial e ensino à distância (EAD).
Ao longo da palestra, Kolbe enfatizou a necessidade do uso equilibrado e responsável das ferramentas de inteligência artificial. “A inteligência artificial é apenas uma ferramenta. Ela deve agregar ao nosso trabalho”, pontuou.
A comunicação na formação do nutricionista, utilizando a inteligência artificial (IA) com ética na docência pode, segundo ele, ajudar os educadores a adaptarem seus métodos de ensino para atender às necessidades individuais dos estudantes. “Através de análises de dados a IA pode identificar padrões e auxiliar nas tomadas de decisões, fornecendo feedbacks personalizados sobre determinados assuntos. Mas não podemos ter certeza de que as respostas obtidas serão as corretas. Por outro lado, elas serão as mais assertivas”, afirmou Kolbe.
Ele ainda destacou outros usos benéficos da IA para o ensino, como identificar plágios dos estudantes. Além disso, a inteligência artificial precisa respeitar a privacidade tanto dos alunos quanto dos professores. “A tecnologia não vem para substituir o professor. Vem para somar. A nossa responsabilidade é aprender a fazer o bom uso dela e ensinar os alunos a utilizarem a ferramenta de forma correta e que agregue no aprendizado”, salientou.
Após a palestra, os coordenadores dos cursos se reuniram em grupos para debater o tema e propor estratégias para a IA ser utilizada de uma forma ética e eficaz. “O evento foi muito produtivo para podermos desmitificarmos o tema e aprendermos a como usar a tecnologia a nosso favor e a favor dos estudantes”, comenta a coordenadora da Comissão de Formação Profissional, Tatiana Marin.
CRN-8 luta para que pacientes com câncer recebam acompanhamento nutricional
O Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8) defende a urgência da implementação de programas de atendimento nutricional à população em tratamento oncológico na saúde pública do estado. Após reuniões entre a diretoria do CRN-8 e o deputado estadual Paulo Gomes e sua equipe técnica, foi enviado um requerimento à Secretaria Estadual de Saúde e ao governador do Paraná solicitando medidas para que pacientes oncológicos tenham direito ao atendimento nutricional domiciliar e que seja ampliada a oferta de suplementação nutricional a essas pessoas.
A presidente do Conselho, Cilene Gomes Ribeiro, ressalta a importância desta medida. “Durante o próprio tratamento oncológico, o paciente é submetido a diversas condições que podem trazer vulnerabilidades. A quimioterapia, por exemplo, pode causar perda de apetite, dificuldade de ingerir alimentos, vômitos, náuseas, diarreia. Tudo isso intensifica quadros de desnutrição destes pacientes”, afirma.
Ela destaca ainda que o estado nutricional do paciente influencia diretamente no tratamento. “Com um acompanhamento nutricional adequado, o paciente pode responder de melhor maneira ao tratamento da doença, melhorando sua saúde e propiciando impactos positivos na qualidade de vida desse indivíduo”, salienta.
Cilene reforça que é o nutricionista o profissional responsável para elaborar prescrições dietoterápicas individualizadas e para indicar a necessidade de suplementação alimentar. “Por isso, se faz necessária a obrigatoriedade da presença do nutricionista no acompanhamento de pacientes oncológicos”, ressalta.
Atuação do nutricionista na Saúde Pública
A importância da atuação do nutricionista na saúde pública vai além do auxílio no tratamento oncológico. O nutricionista e o papel que ele exerce são peças fundamentais para a manutenção de um sistema básico de saúde pública. “O nutricionista se dedica em elevar a saúde nutricional, além de ajudar a promover o bem-estar e o direito humano à alimentação adequada da população”, aponta a presidente do Conselho.
A inserção do nutricionista no dia a dia da saúde pública ajuda a respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos dedicados à saúde e à alimentação. “A partir do momento em que o indivíduo tem acesso a um profissional capaz de adequar sua dieta às suas necessidades específicas, a qualidade de vida melhora inevitavelmente. O nutricionista, por meio de atendimento especializado, consegue aprimorar a saúde dessa população, tanto na prevenção quanto no tratamento e acompanhamento de patologias”, explica Cilene.
Além disso, uma má alimentação pode causar diversas doenças, como obesidade, hipertensão e diabetes. “A atuação do nutricionista na saúde pública é fundamental para que possamos criar programas tanto individuais quanto coletivos para a prevenção dessas doenças por meio de uma boa educação alimentar e nutricional a partir do mapeamento de todos os riscos e da implementação de ações preventivas”, assinala a presidente do CRN-8.
Agosto Dourado – Conselho de Nutricionistas destaca a importância do aleitamento humano
A campanha Agosto Dourado, celebrado neste mês, visa estimular e promover informações sobre a importância do aleitamento humano. A nutricionista e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Gisele Pontaroli Raymundo, destaca que a campanha é fundamental para incentivar e desmistificar a amamentação. “A ideia da campanha é que possamos disseminar informações importantes sobre o aleitamento materno para o maior número possível de pessoas. Além disso, buscamos quebrar alguns mitos, preconceitos e lendas e empoderar as mulheres para que possam tomar as suas próprias decisões em relação à alimentação de seus filhos”, afirma.
O nome “Agosto Dourado” faz referência ao leite materno, que é considerado um alimento padrão ouro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade. O leite materno oferece todos os nutrientes que o bebê necessita durante este período, sem a necessidade de se introduzir outros alimentos líquidos.
“O bebê nasce com o sistema digestório muito imaturo, incapaz de fazer a digestão de qualquer tipo de alimento sólido, e o leite materno contém todos os nutrientes necessários para seu contínuo crescimento. Assim, o bebê receberá a quantidade exata de proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais de que necessita”, explica a conselheira. O leite materno também é um aliado à imunidade, pois nele são encontradas imunoglobulinas, que fortalecem o sistema imunológico.
Importante destacar que mesmo após a introdução da alimentação sólida, deve-se continuar amamentado até o segundo ano de vida. Além disso, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a mãe que amamenta corre menos risco de desenvolver câncer de mama. Isso porque durante a amamentação as taxas de hormônios que favorecem o avanço desse tipo de doença caem na mulher.
ALIMENTAÇÃO
Durante a fase de amamentação e gestação alguns cuidados devem ser tomados em relação à alimentação materna. É essencial manter uma dieta equilibrada e saudável, com alimentos mais naturais possíveis e rica em frutas, legumes, verduras, e, se possível, com grãos integrais e alimentos ricos em proteínas de boa qualidade. Deve-se evitar alimentos ultraprocessados e não exagerar na gordura saturada.
“É importante incluir na dieta boas fontes de cálcio que podem ser tanto leite e derivados, como também cereais, tofu, alguns peixes enlatados, como acontece com a sardinha e o atum, e grãos integrais como boas quantidades de cálcio, principalmente para as mulheres que têm algum tipo de intolerância à lactose ou não podem tomar leite por algum motivo”, destaca a nutricionista e conselheira Gisele.
Segundo ela, é essencial que a lactante seja orientada pra evitar alimentos alergênicos, pois alguns bebês podem desenvolver sensibilidade a alguns alimentos, como leite de vaca, ovos amendoim, glúten, frutos do mar e carne de porco. Caso o bebê apresente sintomas de alergia ou algum tipo de intolerância é necessário que seja consultado um nutricionista para ajustar a dieta da mãe, caso seja necessário. “Se, porventura, a mãe tiver algum tipo de deficiência nutricional, o ideal é que ela faça uma suplementação orientada pelos nutricionistas, dos nutrientes necessários”, alerta Gisele.
Em algumas circunstâncias, a amamentação pode não ser possível, como em caso de adoção ou em situações que a mãe necessita fazer uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação natural. “Nesses casos, é importante que o pediatra ou o nutricionista indique uma fórmula infantil, que consiste em um leite de vaca modificado para se aproximar ao máximo dos nutrientes presentes no leite humano. É fundamental garantir o uso correto da fórmula, seguindo a quantidade adequada e a diluição correta para que o bebê obtenha o efeito mais próximo possível do leite materno”, explica a nutricionista.
CRN-8 apresenta programa RepresentAção no V Congresso Nacional do Sistema CFN/CRN
Evento foi marcado por debates sobre maior aproximação com a categoria e a sociedade.
De 31 de julho a 02 de agosto o Sistema CFN/CRN realizou seu V Congresso, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF). Com o tema: Avançar é preciso: como transformar missão em valor público?, o encontro contou com uma série de debates sobre a atuação profissional, uso de novas tecnologias, ética e governança pública. Conselheiros federais e regionais, servidores e colaboradores acompanharam os três dias de evento, com o objetivo de aprimorar conhecimentos e trocar experiências, visando uma prestação de serviços mais qualificados para a categoria e para a sociedade.
Durante o evento, o Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8) apresentou como ação exitosa o programa RepresentAção, que tem o objetivo de ampliar e fortalecer a representatividade dos nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética em todas as regiões do Paraná. A proposta é aumentar a participação do Conselho junto à sociedade e aproximar a entidade de estudantes, profissionais, instituições de ensino e gestores públicos.
A apresentação do projeto foi realizada pela presidente do CRN-8, Cilene da Silva Gomes Ribeiro. “O programa começou neste ano e um dos grandes desejos é conseguir uma maior aproximação entre o Conselho e os profissionais e para que pudéssemos também dar voz a esses profissionais”, ressaltou. Durante os dois dias do Congresso, cada Conselho Regional de Nutricionistas realizou uma apresentação sobre experiências exitosas na gestão.
O CONGRESSO
A abertura do Congresso foi realizada na noite de 31/07 e contou com a palestra do pesquisador Odir Fontoura sobre “Educação, ciência e desafios do mundo atual – contextualização histórica dos desafios do Nutricionista e da sociedade diante dos avanços tecnológicos.
Na manhã do dia seguinte (01/08), os participantes acompanharam a divulgação do resultado da pesquisa de perfil promovida com a categoria, que permitirá ao Sistema CFN/CRN, avaliar a construção de políticas e resoluções que contribuam para o desenvolvimento da Nutrição no Brasil e ações voltadas para o benefício da categoria e da sociedade.
O evento seguiu com a mesa-redonda “Tecnologias na Formação e Atuação do Nutricionista”. A mesa foi dividida em dois temas que se correlacionam e discutem a incursão das ferramentas digitais na saúde. O nutricionista e assessor do Departamento de Saúde Digital e Inovação Ministério da Saúde, Rodrigo Silva Amaral, fez a exposição da “Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028”.
O documento tem como propósito promover e sintetizar a revisão da Visão Estratégica e do Plano de Ação, Monitoramento e Avaliação de Saúde Digital (PAM&A 2019 -2023).
O segundo expositor, o Doutor em Ciências Sociais e Cientista de dados do Ministério da Saúde Ricardo Kaminski, explicou os fundamentos da inteligência artificial (IA). Durante a explanação, foi demonstrado o funcionamento e a aplicação de IA em sistemas de Monitoramento de Políticas Públicas na área da saúde.
Na parte da tarde, foi promovida uma mesa redonda com o tema: “Encaminhamentos de Denúncias do Exercício ilegal da Profissão do Nutricionista”, com moderação da coordenadora da Unidade Técnica do CRN-9, Elisa Alves e participação do Promotor de Justiça Ibrahim Jorge Nasser Saad, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o delegado Rodrigo Freitas Carbone, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
TCU e os Conselhos Profissionais
Dando continuidade à programação, os participantes tiveram a oportunidade de assistir a palestra do Ministro-Substituto Emérito do Tribunal de Contas da União (TCU), André Luiz de Carvalho, que apresentou o tema “O papel do TCU frente aos Conselhos Profissionais – práticas de gestão e governança”. O ministro falou sobre a importância do trabalho dos conselhos, destacando sua relação com o órgão de controle externo do governo federal, que vem se estreitando nos últimos anos.
LGPD
Outro painel importante, foi a palestra ministrada pela professora Bruna Fabiane da Silva, Consultora de Conformidade da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que focou no papel da privacidade dos dados, dispostos em meio físico ou digital, nos processos de governança, bem como os conselheiros e funcionários dos conselhos devem estar atentos a esses procedimentos.
Último dia
O último dia do V Congresso Nacional do Sistema CFN/CRN teve início com a mesa redonda com o tema: “Como promover a valorização do Nutricionista nos Programas e Políticas Públicas?”. A mediação foi do conselheiro federal, Alexsandro Wosniaki, diretor tesoureiro do CFN. A mesa redonda contou com a participação do auditor fiscal Marcelo Naegele, da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, que ressaltou o cenário atual do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), da nutricionista Michele Lessa de Oliveira, abordando o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Kelly Poliany de Sousa Alves, Coordenadora Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, tratando das consequências da insegurança alimentar para a saúde e nutrição.
“O nutricionista no Sistema Único de Saúde (SUS) precisa mobilizar saberes e práticas dos diferentes campos de conhecimento, portanto o próprio profissional deve se enxergar como parte do processo da política nacional e que contribui com o todo, independente do lugar e do papel que está desempenhando”, disse Kelly, complementando que, para poder valorizar os 29 mil trabalhadores que estão hoje no SUS, é importante mapear as entregas concretas dos nutricionistas para os usuários em todos os âmbitos das Redes de Atenção à Saúde, incluindo Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), no Programa de Atendimento Domiciliar, nos hospitais gerais, entre outros.
O Congresso seguiu com a apresentação do painel sobre a atuação do nutricionista no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), onde estão cerca de 2 mil profissionais. A diretora do Departamento de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), Patrícia Gentil, fez uma participação virtual e falou sobre os desafios das políticas públicas de combate à fome que tem um olhar das vulnerabilidades. A coordenadora-geral de Promoção da Alimentação Saudável, Gisele Bortolini, também fez uma fala virtual, lembrando do evento dos nutricionistas no SUAS que será realizado em Itajaí (SC) para aprimorar esta atuação.
Por fim, Natália Tenuta, coordenadora Nacional dos Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, abordou a atuação do nutricionista nestes equipamentos públicos, incluindo atividades que possibilitem que os alimentos sejam preparados de forma segura e em condições adequadas.
Para discutir questões da prática profissional e do mundo do trabalho, também foi realizada uma mesa redonda com o tema “Relações de Trabalho do Nutricionista – Pejotização do Nutricionista – O que é e como funciona?” e contou com a participação do membro da Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), Pedro Lucas Alves Ferreira, presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Piauí (2022-2025), e do Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, Renan Bernardi Kalil, vice-coordenador Nacional da Conafret (Coordenadoria Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho). A moderação foi da gerente de Fiscalização do CRN-1, Marcela Mendonça.
Inclusão e Diversidade em pauta
No período da tarde, a coordenadora da Comissão de Políticas Inclusivas (CPI), do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região (CRN-6) Thais Borges, realizou uma palestra sobre “Inclusão e diversidade: como podemos avançar para um Sistema mais acolhedor?”, que trouxe a perspectiva de uma prática profissional do nutricionista a partir da inclusão. Em sua fala, Thais apresentou o modelo biopsicossocial da deficiência, compreensão de que a deficiência parte de uma condição de saúde que gera deficiência dentro de fatores contextuais.
Articulação do Sistema CFN/CRN
Encerrando o V Congresso Nacional do Sistema CFN/CRN, a assessora parlamentar do CFN, Gerlane Alves e a assessora da Unidade Técnica, Ana Flávia Rezende participaram da mesa redonda “Relações Político-Institucionais do Sistema CFN/CRN”. O debate foi moderado pela conselheira do CRN-11, Maria do Perpétuo Socorro. O painel serviu para abordar as políticas institucionais no Poder Executivo e o fluxo do Processo Legislativo e projetos de interesse do CFN em tramitação no Congresso Nacional.
Pós-Congresso
Nos dias 03 e 04, foram realizados encontros de capacitação no chamado “Pós-Congresso. Foram realizados encontros dos setores de contabilidade, dos assessores parlamentares, das unidades jurídicas e da tecnologia de informação.
Ainda foram realizados a XI Jornada de Atualização Técnica dos Fiscais, o IX Seminário Nacional de Ética, o Encontros dos Administradores e o Encontro das Áreas Técnicas.
Matéria construída em colaboração com as Assessorias de Comunicação do Sistema CFN/CRN.
CRN-8 integra o Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Paraná
O Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8) é o único representante do setor de saúde no Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Paraná (Copedh). Os novos membros tomaram posse em cerimônia realizada no Palácio das Araucárias, em Curitiba, com a participação de representantes de organizações da sociedade civil, do governo estadual, da Assembleia Legislativa e órgãos do Sistema Judiciário.
“Somos a única entidade dentro do Conselho que representa o setor de saúde. Levamos a bandeira para que sejam discutidos mecanismos de erradicar a fome e fornecer segurança nutricional e alimentar para toda sociedade paranaense”, afirma a coordenadora técnica do CRN-8, Carolina Bulgacov Dratch, que é a representante do Conselho no Copedh.
A presidente é Bruna Ravena, da Associação de Travestis e Transexuais de Foz do Iguaçu, e o vice-presidente é Santin Roveda, secretário da Justiça e Cidadania. Dezesseis entidades foram eleitas como titulares e suplentes para representar a sociedade civil na composição do Conselho de 2023 a 2025. O CRN-8 ficou com uma cadeira de suplente.
“O Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Paraná é de fundamental importância e relevância para que tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária e que assegure, de fato, os direitos humanos a todos os paranaenses”, afirma Carolina.
O Conselho tem por finalidade auxiliar na implementação e acompanhamento das políticas públicas na área de direitos humanos, em todas as esferas da administração pública estadual, a fim de garantir a promoção e proteção de toda a população paranaense.
O período eleitoral ocorreu entre abril, com a instalação da comissão eleitoral, até junho, com a nomeação dos membros eleitos. A votação foi de forma virtual durante a Assembleia do Copedh, no dia 16 de junho. Além das entidades, foram empossados membros do governo estadual, da Assembleia Legislativa e órgãos do Sistema Judiciário, que também compõem o colegiado.
Em audiência pública, presidente do CRN-8 sugere ações para o combate à obesidade
Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná na última quinta-feira (22), a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Cilene da Silva Gomes Ribeiro, apontou diversas ações que devem ser implementadas de forma conjunta para que medidas de prevenção e tratamento ao sobrepeso e à obesidade ocorram na sociedade.
A audiência, intitulada “Ações Integradas para o Combate à Obesidade no Paraná”, foi proposta pelo presidente da Frente Parlamentar da Medicina, o deputado Ney Leprevost. O encontro reuniu diversos especialistas para abordar essa doença crônica, progressiva e que possui dados alarmantes: 70,71% de paranaenses então com sobrepeso e 36,79% são obesos. Os números estão acima dos nacionais, que apontam 68,6% de pessoas com sobrepeso e 33,98% com obesidade. Os dados foram apresentados à Assembleia Legislativa pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), uma das entidades que solicitou a audiência.
“O CRN-8 atua na garantia de Segurança Alimentar e Nutricional da população, e por ser a obesidade uma doença multifatorial, é que a pauta da obesidade se faz tão cara para todos os nutricionistas deste estado e do Brasil”, afirmou a presidente.
Cilene ressaltou que o alimento e a alimentação são fatores fundamentais para a prevenção e tratamento de várias doenças, inclusive da obesidade. “Esta escolha refere-se tanto as condições que definem as escolhas, quanto ao acesso aos alimentos saudáveis. Além de se fazer necessário implementar dispositivos legais para a regulação e a tributação de alimentos ultraprocessados”, ressaltou. Os ultraprocessados são os produtos cuja fabricação envolve várias etapas e técnicas de processamento e contêm muitos ingredientes, como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos, snacks e macarrão instantâneo.
A presidente defendeu ainda a necessidade de se regular a publicidade de alimentos ultraprocessados para o público infantil, bem como instituir mecanismos legais para a regulamentação das cantinas escolares. “É necessário incentivar desde cedo a alimentação saudável”, aponta.
Cilene ainda sugeriu que se deve fortalecer as ações de Vigilância Alimentar e Nutricional em escolas e Unidades Básicas de Saúde e também o Programa de Atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade. “É necessário o fortalecimento da Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade, com ações e programas que garantam sua existência e realização. Ao mesmo tempo, são imprescindíveis ações de promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física”, salienta a presidente do Conselho.
De acordo com ela, é fundamental estabelecer um plano de cuidado para o alcance de peso recomendado na Atenção Primária à Saúde (APS). “Isso exige atenção especializada de nutricionistas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Soma-se a isso, a necessidade de implementar planos terapêuticos individualizados na APS a partir da presença de nutricionistas”, reforça.
Após a audiência pública, foi formado um grupo de trabalho com o objetivo de coletar informações e sugestões para um projeto de lei visando à saúde dos paranaenses, com a prevenção e o tratamento da obesidade.
Frente Parlamentar em Defesa do Nutricionista é lançada no Congresso
Com a participação de diretores, conselheiros federais, colaboradores do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), presidentes e conselheiros dos 11 Conselhos Regionais de Nutricionistas, representando o Sistema CFN/CRN, foi lançada no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, na terça-feira (30), a Frente Parlamentar em Defesa do Nutricionista. O evento também marcou a divulgação da agenda legislativa, com as pautas acompanhadas pelo CFN, em Brasília (DF).
Para o coordenador da Frente, deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), os nutricionistas são profissionais essenciais para a sociedade brasileira. “Na legislatura passada realizamos diversos eventos para traduzir o sentimento de vocês para esta Casa. Vamos trabalhar ainda mais, de forma incansável pela valorização da profissão de vocês. Contem com a gente e viva a Nutrição”.
O presidente do CFN, nutricionista Élido Bonomo destacou a importância da instalação da Frente Parlamentar com a participação das entidades de Nutrição. “Temos um conjunto de projetos para debater com o Congresso Nacional, visando garantir a segurança alimentar e nutricional da população brasileira e o nosso compromisso com a categoria para fortalecer cada vez mais a nossa profissão”.
Também participaram da solenidade os deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Delegado da Cunha (PP-SP); Glaucia Medeiros, diretora da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran); Alexandra Silva, diretora da Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN) e Alice Beatriz, representante da Executiva Nacional de Estudantes de Nutrição (ENEN). A presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Cilene Gomes Ribeiro, esteve presente no evento.
Frente Parlamentar em Defesa do Nutricionista é lançada no Congresso. Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
Ministério da Saúde inclui nutricionista como profissional fixo das Equipes Multiprofissionais
Na segunda-feira (22), o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União a Portaria GM/MS nº 635, que já está em vigor para instituir, definir e criar incentivo financeiro federal de implantação, custeio e desempenho para as modalidades de equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde – eMulti.
A participação dos nutricionistas também está prevista nas três modalidades existentes para composição das equipes multiprofissionais: eMulti Ampliada, eMulti Complementar e eMulti Estratégica. O atendimento será individual, em grupo ou domiciliar, ainda com apoio matricial para as equipes da Estratégia Saúde da Família, qualificando a gestão da clínica e também prevendo ações de saúde à distância.
Criado em 2008, o Núcleo de Apoio à Saúde (Nasf) era o programa que garantia o atendimento para a população. Agora chamada de eMulti, a estratégia deve abranger 4 mil equipes multiprofissionais em todo o Brasil, de acordo com a expectativa do governo federal.
Para acessar a portaria do Ministério da Saúde na íntegra, clique aqui.
Doar leite materno vai além de ser um gesto de amor e compaixão. A atitude pode salvar vidas. Nem todos bebês conseguem fazer a sucção do alimento. As mães podem passar por situações de saúde, como estresse e ansiedade, que levam à diminuição da produção de leite. Há situações ainda de crianças internadas que, por algum motivo, não podem ser amamentadas diretamente no seio materno. As causas variam e os bancos de leite materno se transformam em uma solução para a amamentação destes bebês.
Neste dia 19 de maio celebra-se o Dia Nacional e Mundial de Doação do Leite Humano. Instituído pela Lei 13.227/2015, a data tem como objetivo estimular a doação de leite materno, divulgar os bancos de leite humano nos municípios e nos estados, além de promover debates sobre a importância do aleitamento materno e sua doação.
O leite materno é considerado o melhor alimento disponível para os bebês. O alimento diminui o risco de infecções e alergias, além de melhorar o desenvolvimento fisiológico do bebê. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. Mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade.
De acordo com a nutricionista materno-infantil Nádia Rafaela dos Santos, o leite humano é o alimento mais adequado que o bebê pode receber. “O leite é apropriado em calorias, gorduras, proteínas vitaminas e água. Ele é considerado alimento padrão-ouro, já que é o único capaz de promover tudo que o bebê necessita até os seis meses de idade. Além disso, o leite materno é o único leite que promove anticorpos, sendo considerado a primeira vacina do bebê”, explica a nutricionista.
Algumas indústrias oferecem alternativas para as mães que não conseguem amamentar os bebês, porém não supre totalmente a falta do leite. “Embora as indústrias tentem se aproximar cada vez mais da composição do leite humano, dizemos que o leite humano é um alimento vivo, e só ele é capaz de se adaptar às necessidades do bebê, de aumentar a produção de anticorpos, por exemplo, em uma situação de adoecimento”, ressalta Nádia.
SERVIÇO:
Quem Pode doar: Mães com produção de leite em quantidade e que não façam uso de medicamentos que sejam contraindicados durante o período de amamentação.
Como doar: Para doar basta entrar em contato com o banco de leite mais próximo a agende uma visita. Será feito um cadastro (que pode ser presencial ou por telefone) e a mãe será orientada sobre como fazer a doação de maneira correta. Depois isso, a mãe vai receber os materiais esterilizados necessários para a doação do leite materno.
Nutricionistas podem atuar com práticas integrativas como possibilidades terapêuticas
Os nutricionistas podem atuar com o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como possibilidades terapêuticas. As Resoluções 679 e 680, ambas de 2021, normatizaram as PICS e a Fitoterapia como ferramentas profissionais para complementar o atendimento aos pacientes. No entanto, para atuar nessas áreas, é necessário registrar a documentação de habilitação destas especialidades junto aos Conselhos Regionais de Nutrição e Conselho Federal de Nutrição (CFN). O paciente também pode conferir os nutricionistas habilitados para adoção da Fitoterapia e demais PICS no site.
Segundo o Ministério da Saúde, as PICS são tratamentos que fazem uso de recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais e utilizados na prevenção de diversas doenças, como hipertensão e depressão. Em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas. É importante ressaltar que as PICS não substituem o tratamento tradicional, mas, sim, funcionam como um complemento no tratamento.
As PICS autorizadas pela Resolução 679/2021 do CFN são: apiterapia (exceto apitoxina); aromaterapia; Arteterapia; ayurveda; biodança; bioenergética; cromoterapia; dança circular; homeopatia; imposição de mãos/reiki; medicina antroposófica; medicina tradicional chinesa (como, auriculoterapia e práticas corporais; meditação; musicoterapia; reflexoterapia; shantala; terapia comunitária integrativa; terapia de florais; e yoga.
Na Resolução CFN nº 680, os nutricionistas encontram informações sobre a regulamentação da prática de fitoterapia na assistência nutricional e dietoterápica. A aplicação da fitoterapia pelo nutricionista trata do uso de plantas medicinais em suas diferentes preparações, englobando plantas medicinais in natura, drogas vegetais e derivados vegetais, com exceção de substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, administradas exclusivamente pelas vias oral e enteral. A resolução prevê ao profissional a necessidade de incluir no prontuário do paciente a justificativa do uso do fitoterápico. Vale lembrar que a Resolução CFN 681/2021, que regulamenta a prática de acupuntura pelo nutricionista foi suspensa por determinação judicial.
Nutricionista, conselheira e delegada do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Kelly Franco é especialista em Fitoterapia e utiliza, quando necessário, o tratamento em seus pacientes. “A fitoterapia traz estratégias antioxidantes e anti-inflamatórias devido ao suporte nutricional na riqueza de fitoquímicos e compostos bioativos, tendo como finalidade auxiliar na prevenção e no tratamento de diversas patologias”, explica.
Kelly ressalta que, aliado ao tratamento nutricional convencional, “o uso de fitoterápicos alivia os sintomas de doenças crônicas, além de possuírem aplicações para todo o sistema corporal. Com isso, complementa-se a ação do nutricionista através da inclusão dos compostos bioativos e os fitoquímicos ajudam na melhora da saúde humana em conjunto com ação das vitaminas e dos sais minerais do metabolismo primário da planta”.