PADRONIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO EM NUTRIÇÃO É TEMA DE PALESTRA NA UFPR

PADRONIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO EM NUTRIÇÃO É TEMA DE PALESTRA NA UFPR

Programa do CRN-8 apresenta palestra na UFPR para nutricionistas sobre padronização internacional do Processo de Cuidado em Nutrição

O Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8) realizou, dia 19 de novembro, mais uma atividade do “Programa Entre, a Casa é Sua!”, com a palestra “Padronização do diagnóstico em nutrição”, apresentada pelas nutricionistas Dra. Cristina Martins CRN-8 127 e Dra. Estela Rabito CRN-8 1291, na Universidade Federal do Paraná – Campus Botânico. A proposta é padronizar o cuidado de nutrição, com ênfase especial na terminologia dos diagnósticos, nacionalmente e internacionalmente.

A Dra. Cristina Martins, mestre em Nutrição Clínica pela New York University (EUA) e doutora em Ciências Médicas-Nefrologia, pela UFRS, disse que um grande problema é a falta de padronização dos diagnósticos específicos à profissão. “Muitos profissionais utilizam somente a desnutrição e a obesidade para definir um diagnóstico em nutrição. Porém, além das reservas corporais de energia e de nutrientes, devem identificar características anormais da ingestão de nutrientes específicos, de aspectos da nutrição clínica e do comportamento e ambiente do cliente”.

A nutricionista, que é representante oficial no Brasil da Academy of Nutrition and Dietetics dos Estados Unidos da América (AND-EUA) e da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) para a padronização internacional do Processo de Cuidado em Nutrição, explicou que a padronização internacional dos diagnósticos em nutrição foi proposta em 2006, pela AND-EUA. “Atualmente, todo o processo de cuidado em nutrição (PCN), que inclui a Avaliação/Reavaliação, Diagnóstico, Intervenção e Monitoramento e Aferição tem termos padronizados. A iniciativa foi de extrema importância em âmbito mundial. A padronização internacional traz muitos benefícios. Ela é essencial, principalmente, para guiar a intervenção, avaliar e documentar os resultados dos serviços do nutricionista. Sem a padronização ampla do PCN, há dificuldades na comunicação e na compreensão dos resultados das intervenções. E dificulta a informatização”.

Valorização do Nutricionista

Cristina disse que a padronização pode ajudar os profissionais a estabelecer objetivos realistas e mensuráveis para os resultados esperados e auxiliar na definição de prioridades. “Pode auxiliar na documentação em prontuários na melhoria da qualidade do atendimento e na gestão dos serviços. Além disso, e não menos importante, pode facilitar o pagamento dos serviços do nutricionista”. Além disso, afirmou que o diagnóstico em nutrição não deve ser confundido com o diagnóstico médico. “O diagnóstico médico foi criado para o médico. O diagnóstico em nutrição foi criado para o nutricionista. O diagnóstico médico pode ou não ter relação com as intervenções do nutricionista. Já no diagnóstico em nutrição, a intervenção deve resolver o problema, mesmo que o diagnóstico médico permaneça”.

Quando e como aplicar a padronização do diagnóstico em nutrição?

A Dra. Estela Rabito, que atua junto ao curso de graduação em nutrição ao Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar, disse que o diagnóstico em nutrição pode ser utilizado em qualquer situação em que há interação com o público que necessita dos serviços do nutricionista, que apresenta 3 domínios: ingestão, nutrição clínica e comportamento/ambiente nutricional. “A aplicabilidade pode ocorrer em diversas áreas de atuação do profissional. A determinação dos diagnósticos pode agilizar a assistência, pois facilita para o profissional identificar, diferenciar e priorizar os problemas ao longo do tratamento. Possibilitando desta forma o planejamento de ações e a avaliação dos resultados obtidos na resolução de cada problema identificado”.

Para a nutricionista, a padronização dos diagnósticos favorece a compreensão por todos os envolvidos, tanto o cliente quanto dos demais profissionais, pois é uma forma de comunicação clara e também compreensível sobre os problemas que direcionarão as intervenções para resolução dos mesmos. “Fazendo uma analogia, quando desconhecemos uma cidade e chegamos para visitar um determinado ponto turístico. O nosso objetivo é chegar lá, mas precisamos de orientações para conseguir concluir o caminho com sucesso. A padronização do diagnóstico é como se fosse a descrição detalhada do caminho, cada rua que precisaremos passar e superar para atingir o nosso objetivo maior.  Ou seja, a descrição de cada problema que precisará ser resolvido ao longo do “percurso” que será percorrido durante todo o tratamento. Assim, visualizando a resolução de pequenos problemas e os resultados obtidos ao longo do tratamento, o cliente e o nutricionista percebem a evolução e também as conquistas atingidas”.