A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NO PERÍODO ESCOLAR
Crianças e adolescentes passam, pelo menos, 5 horas por dia na escola. Algumas ficam até 12 horas e nesse período a alimentação deve ser nutritiva e saborosa.
As aulas retornaram e uma das maiores preocupações das famílias é com a alimentação das crianças e adolescentes no período que estão na escola. Algumas instituições de ensino oferecem alimentação, já em outras é preciso enviar os lanches. A presença do nutricionista está prevista na Resolução CFN nº 378/05 e na Resolução SESA nº 162/05, que, além de definir as atribuições, também definem os parâmetros numéricos por modalidade de ensino e número de refeições. Já a Portaria interministerial Nº 1.010, de 08 de maio de 2006, institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Nível Médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. O ideal é que as escolas que ofereçam alimentação na escola, tenham um nutricionista.
Para a nutricionista e conselheira do CRN-8, Thatielly Schwarzbach de Souza Garcia (CRN-8 1705), a atuação do nutricionista da escola traz diversos benefícios, tanto para a direção da escola, por meio da redução dos custos nas preparações com a padronização das receitas e evitando desperdícios de matéria prima com a uniformização dos pratos, quanto na adequação da equipe. Além das crianças estarem acompanhadas por um profissional que poderá ofertar uma alimentação saudável e segura. “Com o acompanhamento do nutricionista na manipulação dos alimentos, a sua oferta e o consumo, aumenta a garantia e a credibilidade da segurança dos alimentos. Atuar de forma conjunta com os professores traz muitos resultados positivos, uma vez que a alimentação é pauta de matéria curricular e, neste caso, a riqueza da informação com a maneira de transmissão agrega um melhor entendimento. Outro benefício é a atuação direta na redução de custo seja nas preparações, valorizando as receitas e não evitando desperdícios de matéria prima e padronização dos pratos. Além da adequação da equipe”.
Função do nutricionista na escola
Thatielly explica que o nutricionista é fundamental no acompanhamento da manipulação dos alimentos que serão oferecidos às crianças, bem como na avaliação das instalações onde são preparados e suas condições sanitárias. “Verificando de perto todo o processo, é possível detectar erros e inadequações na manipulação e reverter este quadro para que haja a segurança alimentar”, argumenta.
Ela também salienta a importância do treinamento de Boas Práticas de fabricação para a equipe que produz as refeições das crianças. Os programas de educação alimentar e nutricional devem visar não somente as crianças, mas também pais, professores e funcionários. “O aprendizado pode ser informal e natural, portanto, a educação nutricional não se faz apenas na sala de aula, devendo qualquer oportunidade ser utilizada para promover atitudes positivas sobre os alimentos”, diz.
Além disso, ressalta Thatielly, são muitas as atribuições do nutricionista. “Avaliação, diagnóstico e o monitoramento nutricional dos escolares, a realização de teste de aceitabilidade das preparações e a elaboração de cardápio de acordo com as necessidades nutricionais e hábitos alimentares, levando em consideração a cultura e características da população em questão são atividades fundamentais desse profissional”.
Recomendações especiais
De acordo com a Resolução CFN 600, de 25 de fevereiro de 2018, que dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, o nutricionista deve: identificar escolares ou estudantes com doenças e deficiências associadas à nutrição, para atendimento por meio de cardápio específico e encaminhamento para assistência nutricional adequada. Thatielly acrescenta que quanto mais o cardápio específico for similar ao cardápio das demais crianças, melhor será a adaptação. “É muito importante fazer treinamento com as cozinheiras para que as mesmas saibam da importância desse diferencial e do cuidado com a criança que tenha alguma recomendação especial”.
Quando o lanche vem de casa
A nutricionista Veridiane Sirota (CRN-8 10.170) explica que as crianças passam boa parte dos seus dias na escola. “Planejar o lanche escolar é reconhecer a importância dessa refeição na rotina alimentar da criança, sendo capaz de fornecer condições para que ela atinja seu potencial crescimento e mantenha um estado nutricional adequado, além de proporcionar a energia necessária para que sustente seu estado de concentração e de disposição”. Ela afirma que uma lancheira equilibrada deve contar com bebidas e três grupos alimentares, descritos a seguir:
GRUPO DAS FRUTAS
Práticas para consumir com casca ou cuja casca possa ser retirada com facilidade (maçã, banana, pêra, pêssego, mexerica). As frutas que não escurecem podem também serem oferecidas picadas em potes fechados (melancia, uva, morango, manga, kiwi, mirtilo, mamão, laranja, melão). Vale ainda incluir frutas desidratas como damasco, banana e uva passas.
*Dica: Para sair do habitual podem ser enviadas na lancheira verduras como cenoura baby, tomate cereja ou palitos de pepino.
GRUPO DOS CARBOIDRATOS
Imprescindível para fornecer energia para as atividades escolares e do dia a dia. Dê preferência a alimentos semi-integrais ou integrais.
Exemplos: pães, pipoca caseira (de panela), milho verde cozido, tapioca, crepioca, torradinhas, granola, panqueca de banana, bolos caseiros, cookies caseiros, biscoito de arroz, pão de queijo, biscoitos integrais sem recheio, pinhão cozido.
*Dica: Bolos caseiros podem durar até quatro dias na geladeira ou 60 dias se congelado. Opte por assar os bolinhos em formas individuais de silicone, tipo cupcake, pois, após esfriar, pode-se congelá-los. Para descongelar, basta deixar na geladeira da noite para o dia.
GRUPO DAS PROTEÍNAS
Importante para a formação de novos tecidos, ossos e dentes.
Exemplos: queijos em geral, iogurte, requeijão, cream cheese, ovo cozido (ovo de codorna fica uma graça na lancheira), tofu, pasta de grão-de-bico, amendoim, castanhas.
*Dica: Para garantir a conservação dos alimentos é indispensável o uso de lancheiras térmicas. Dessa forma, o alimento estará apropriado ao consumo por cerca de 6 horas.
LÍQUIDOS
Para repor os líquidos perdidos por desidratação durante as atividades escolares. A água sempre será a melhor opção, mas caso opte pelos sucos, prefira os caseiros (podem ser feitos com polpa congelada), integrais ou sem adição de açúcar.
*Dica: Sucos de frutas mais ácidas garantem boa conservação, evitando que fiquem escurecidos ou amargos: morango, abacaxi, maracujá, acerola, melancia, frutas vermelhas e melão. Você pode bater frutas com pouca água, deixando o suco bem concentrado e congelar em formas de gelo. Na hora de mandar na lancheira, coloque em uma garrafa térmica dois a três cubinhos do suco concentrado e complete com água. Assim o suco estará perfeito na hora do recreio!
E OS INDUSTRIALIZADOS?
Para unir a praticidade com a saúde, pode-se intercalar alimentos processados e industrializados com os preparados caseiros ou in natura.
No mercado, escolha três alimentos da mesma classe para ler o rótulo e escolha aquele que contenha menor quantidade de açúcar e gorduras por porção. Essa informação você encontra na tabela de Informação Nutricional. Também é muito válido ler os ingredientes, optando pelos produtos que não contenham aditivos químicos, como conservantes, edulcorantes, aromatizantes, alcalinizantes, etc.
RECEITA
Bolinho Pizzaiolo
1 xícara de farinha de trigo
2 ovos
1/2 xícara de leite
1 colher de sopa de óleo ou azeite de oliva
4 fatias de queijo mussarela picadinho
1 tomate picadinho
1 colher de chá de orégano
1 colher de chá de chia ou linhaça dourada
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher chá de sal
Modo de preparo
Bata o ovo com um fouet ou garfo e adicione os demais ingredientes aos poucos, na sequência: óleo, leite, sal, orégano, chia ou linhaça, tomate, queijo, farinha de trigo. Misture com uma colher ou espátula. Por último coloque o fermento, misturando levemente.