Hábitos nutricionais saudáveis ajudam na prevenção do câncer

Hábitos nutricionais saudáveis ajudam na prevenção do câncer

Hábitos nutricionais saudáveis contribuem para reduzir a incidência de câncer entre as pessoas. Pesquisas indicam que cerca de 30% dos casos de câncer podem ser prevenidos por um modo de vida mais saudável. A orientação é manter uma dieta rica em vitaminas e minerais. “Vários estudos sugerem que há associação do excesso de gordura com o aparecimento do câncer, além disso vários estudos têm associado à obesidade como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de ovário e próstata”, explica a nutricionista Camila Polakowski, que atua no hospital especializado em tratamento oncológico Erasto Gaertner, de Curitiba.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil terá 65.840 casos novos de câncer de próstata em 2022. Em relação ao câncer de mama, a estimativa é de 66.280 novos diagnósticos. Durante o mês outubro, por exemplo, foi realizada a campanha “Outubro Rosa”, um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, além disso há a campanha “Novembro Azul” que foca na conscientização do câncer de próstata. Em 2021, o Brasil registrou 50 mortes por dia, provocadas pelo câncer de mama e 44 causadas pelo câncer de próstata.

O câncer de mama é o tipo que mais afeta as mulheres, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Já o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais aflige os homens.

Uma pesquisa de opinião pública sobre as percepções em relação ao câncer, feita em 2020 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), revelou que 70,4% dos brasileiros não reconhecem a atividade física como fator de proteção contra a doença e que 69,5% não associam o excesso de peso à maior chance de desenvolver tumores malignos. Essa informação foi publicada em junho pela Agência Brasil. “Primeiramente, deve-se manter o estado nutricional adequado, com a ‘comida de verdade’, incluindo macro e micronutrientes, rica em vitaminas e minerais”, afirma Camila.

Para prevenir o câncer, o Inca recomenda que a população mantenha, ao longo da vida, o peso corporal dentro dos limites recomendados de índice de massa corporal (IMC). O limite saudável para adultos é o IMC de 18,5 a 24,9 kg/m. O Inca aponta que o índice de adultos com excesso de peso, que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), aumentou de 47% para 58%, em homens, e de 48% para 59%, em mulheres. Os dados comparam a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 e da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.

EM TRATAMENTO

Hábitos nutricionais saudáveis não são essenciais apenas para a prevenção do câncer, mas se mostram indispensáveis durante o tratamento da doença. “Durante o tratamento oncológico, devido as alterações metabólicas o paciente pode apresentar inapetência (falta de apetite)”, explica Camila.

Para isso, o Consenso de Nutrição Oncológica sugere algumas práticas na conduta nutricional para o paciente, tais como: conversar com o paciente e o acompanhante sobre a importância da alimentação; adequar as orientações nutricionais às preferências do paciente; adequar a ingestão atual para a ideal ou o mais próximo possível; modificar a consistência da dieta conforme aceitação do paciente; quando necessário, aumentar o fracionamento da dieta; aumentar a ingestão de alimentos com elevada densidade calórica; e evitar a monotonia alimentar, oferecendo pratos coloridos e diversificados.

“Quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, deve ser encaminhado ou procurar uma nutricionista para iniciar o acompanhamento nutricional. A triagem e avaliação nutricional deve ser o primeiro passo para identificar o paciente em risco ou já desnutrido para inovar a terapia nutricional. Na dietoterapia, além da ajuda da dieta, podemos ainda utilizar suplementação oral e ainda, se necessário, terapia nutricional  enteral (por meio de tubo ou sonda)”, explica a nutricionista.  

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade

A população adulta do Paraná diagnosticada com algum grau de obesidade aumentou 11% na última década. Em 2012, o índice era de 24,48% e saltou para 35,49% até setembro de 2022. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.

Se levar em conta os números gerais, o aumento é de 22% no mesmo período. Em 2012, o Sistema indicou que 38% da população do Paraná, entre crianças, adolescentes e adultos, foi constatada com obesidade. Este número aumentou para 60% de pessoas que têm os graus 1 ou 2 ou 3 de obesidade.

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção da obesidade.

Os índices da doença são considerados grandes em todo o globo e a tendência é de aumento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas.

A nutricionista Gisele Farias, do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná, classifica algumas causas para esse aumento: “Maior oferta de alimentos com alta densidade energética, ou seja, alimentos com muitas calorias em poucas quantidades, ricos em açúcares”.

Além disso, ela avalia que “a população está cada vez mais se exercitando menos, fato que se agravou durante a pandemia da Covid-19”. Em 2019, por exemplo, o Sisvan apontou que o índice de adolescentes com obesidade era de 13%. Em 2021, durante a pandemia, o número chegou a 18%. “Foi muita ansiedade nessa época e as pessoas buscaram conforto na alimentação”, afirma Gisele.

 A obesidade é responsável por causar diversos riscos para a saúde. “A obesidade é uma doença crônica que se relaciona com o desenvolvimento de inúmeras outras doenças crônicas, com maior risco de vida, como as doenças cardiovasculares, como cardiopatias, hipertensão arterial, aumento da chance de acidente vascular cerebral (AVC), maior risco de diabetes, esteatose hepática, doenças ósseas e articulares. E também as doenças sociais, como o aumento de depressão, entre inúmeras outras situações”, explica Gisele.

Nutricionistas contribuem para a redução do desperdício de alimentos

Nutricionistas contribuem para a redução do desperdício de alimentos

O Dia Internacional da Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos, celebrado neste 29 de setembro, acende um alerta sobre a necessidade de se intensificar ações para reduzir o desperdício alimentar em todo o mundo. Um dos profissionais que exerce papel fundamental para conscientizar a população e combater essa realidade é o nutricionista.

“No momento em que o nutricionista entra em ação e que as empresas permitem ao nutricionista a gestão desse alimento, é possível reduzir todas essas perdas desnecessárias, seja perda na compra, no recebimento ou no processo produtivo”, afirma a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Cilene da Silva Ribeiro. A data foi celebrada pela primeira vez em 2020 e foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

         Cilene destaca ainda que o nutricionista pode auxiliar na conscientização por meio da educação alimentar e nutricional. “O nutricionista atua para que se evidencie o que pode ou não ser consumido, mostrando, inclusive, como podemos aproveitar de maneira mais integral determinadas partes dos alimentos”, salienta a presidente do Conselho.

Segundo a FAO, anualmente uma média de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas em todo o mundo, o que representa um terço do que é produzido. No Brasil, cerca de 27 milhões de toneladas são desperdiçadas durante o ano. Um estudo recente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicou que uma família brasileira desperdiça aproximadamente 130 quilos de comida por ano. Os alimentos mais que mais vão para o lixo são aqueles que compõe um PF, ou seja, arroz (22%), carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%).

Além disso, muitos alimentos são desperdiçados em todas as fases – da produção a comercialização. Alguns dos motivos que levam a perda desses alimentos são: a falta de comunicação entre produtores e vendedores e o manuseio incorreto dos alimentos. “Os desperdícios acontecem em todas as instâncias da cadeia produtiva dos alimentos”, ressalta a presidente do CRN-8.

COMO REDUZIR O DESPERDÍCIO

Cilene elenca algumas dicas de como se reduzir a perda de alimentos. Confira:

Na escolha dos alimentos: Não importa se o alimento está “feio ou bonito”. Ele continua sendo um alimento e não deve ser desperdiçado.

Comprando de um pequeno produtor local: Cerca de 50% dos alimentos são perdidos durante o transporte. Ao diminuir este percurso, as chances de os alimentos serem perdidos também diminuem.

Planejamento de compras: Adquirir alimentos que realmente a família irá consumir e que não irá estragar e parar na lata de lixo.

Montagem de cardápios: Pode-se priorizar alimentos locais e que estão sendo produzidos em determinada época do ano.

Confira a entrevista completa no canal do CRN-8 do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=h5eUGVmMeVQ