Nutricionistas podem atuar com práticas  integrativas como possibilidades terapêuticas

Nutricionistas podem atuar com práticas  integrativas como possibilidades terapêuticas

Os nutricionistas podem atuar com o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como possibilidades terapêuticas. As Resoluções 679 e 680, ambas de 2021, normatizaram as PICS e a Fitoterapia como ferramentas profissionais para complementar o atendimento aos pacientes. No entanto, para atuar nessas áreas, é necessário registrar a documentação de habilitação destas especialidades junto aos Conselhos Regionais de Nutrição e Conselho Federal de Nutrição (CFN). O paciente também pode conferir os nutricionistas habilitados para adoção da Fitoterapia e demais PICS no site.

Segundo o Ministério da Saúde, as PICS são tratamentos que fazem uso de recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais e utilizados na prevenção de diversas doenças, como hipertensão e depressão. Em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas. É importante ressaltar que as PICS não substituem o tratamento tradicional, mas, sim, funcionam como um complemento no tratamento.

As PICS autorizadas pela Resolução 679/2021 do CFN são: apiterapia (exceto apitoxina); aromaterapia; Arteterapia; ayurveda; biodança; bioenergética; cromoterapia; dança circular; homeopatia; imposição de mãos/reiki; medicina antroposófica; medicina tradicional chinesa (como, auriculoterapia e práticas corporais; meditação; musicoterapia; reflexoterapia; shantala; terapia comunitária integrativa; terapia de florais; e yoga.

 Na Resolução CFN nº 680, os nutricionistas encontram informações sobre a regulamentação da prática de fitoterapia na assistência nutricional e dietoterápica. A aplicação da fitoterapia pelo nutricionista trata do uso de plantas medicinais em suas diferentes preparações, englobando plantas medicinais in natura, drogas vegetais e derivados vegetais, com exceção de substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, administradas exclusivamente pelas vias oral e enteral. A resolução prevê ao profissional a necessidade de incluir no prontuário do paciente a justificativa do uso do fitoterápico. Vale lembrar que a Resolução CFN 681/2021, que regulamenta a prática de acupuntura pelo nutricionista foi suspensa por determinação judicial.

Nutricionista, conselheira e delegada do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Kelly Franco é especialista em Fitoterapia e utiliza, quando necessário, o tratamento em seus pacientes. “A fitoterapia traz estratégias antioxidantes e anti-inflamatórias devido ao suporte nutricional na riqueza de fitoquímicos e compostos bioativos, tendo como finalidade auxiliar na prevenção e no tratamento de diversas patologias”, explica.

Kelly ressalta que, aliado ao tratamento nutricional convencional, “o uso de fitoterápicos alivia os sintomas de doenças crônicas, além de possuírem aplicações para todo o sistema corporal. Com isso, complementa-se a ação do nutricionista através da inclusão dos compostos bioativos e os fitoquímicos ajudam na melhora da saúde humana em conjunto com ação das vitaminas e dos sais minerais do metabolismo primário da planta”.

Leia as Resoluções:

679/2021

680/2021

Conselho Regional de Nutricionistas publica Relatório de Gestão de 2022

Conselho Regional de Nutricionistas publica Relatório de Gestão de 2022

O Conselho Regional de Nutricionistas da 8a Região publicou o Relatório de Gestão do ano de 2022. O Relatório tem como objetivo apresentar um balanço das atividades institucionais desenvolvidas pelo CRN-8 no último ano. O documento foi publicado em 30 de março no Portal de Transparência da entidade. O Relatório também apresenta aos órgãos de controle interno e externo a prestação de contas anual da qual as autarquias federais estão obrigadas, como previsto nos termos do artigo 70 da Constituição Federal, de acordo com as deliberações da Decisão Normativa do Tribunal de Contas da União 84/2020 e das orientações do órgão de controle interno.

O documento foi estruturado para facilitar a compreensão sobre a utilização dos recursos financeiros na fiscalização e na normatização e orientação do exercício profissional do Nutricionista e do Técnico em Nutrição e Dietética (TND), assim como na defesa do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada. O material está dividido em seis capítulos incluindo a Mensagem da Presidente e Apresentação. O documento conta com 94 páginas. Os demais capítulos são: Visão Geral Organizacional e Ambiente Externo; Riscos, Oportunidades e Perspectivas; Governança, Estratégia e Desempenho; Informações Orçamentárias, Financeiras e Contábeis. 

O Relatório de 2022 marca o primeiro ano da nova gestão, cujo mandato segue até 2024. A Presidente do Conselho, Cilene Gomes Ribeiro, destaca a importância do ano para a reconstrução e o desenvolvimento de novas ações do CRN-8. “Tivemos uma necessidade de reconstrução de muitas estruturas, de pensamentos de alguns processos e de estratégias. Foi um ano que houve uma reorganização devido ao novo mundo pós-pandemia da Covid-19, com novas ações e atividades que trouxeram novas responsabilidades”, afirma.

A presidente ainda ressalta a importância da atuação do Conselho junto ao profissional, ao mercado e a sociedade. “O período pós-pandemia da Covid-19 gerou várias necessidades de organização, releitura de todos os fatos e processos, uma busca maior sobre o que o mercado quer e o que ele precisa e a busca para solucionar os desafios para os nutricionistas e os técnicos em nutrição e dietética”, assinala.

Para o ano de 2023, o Conselho visa iniciar novos projetos para o nutricionista, a sociedade e o mercado e também objetiva a manutenção das bases de reestruturação realizadas no ano anterior. “Projetamos para 2023 uma série de ações para realmente conseguirmos nos aproximar cada vez mais do mercado, auxiliando o profissional e a população. Como é o segundo ano da gestão, pretendemos fazer com que todos os nossos projetos sejam aprimorados e outros sejam iniciados para que a gente possa dar encaminhamento até 2024 a fim de deixar para a próxima gestão algo consolidado e construído”, ressalta Cilene.

Comer chocolate com moderação pode ser benéfico para a saúde

Comer chocolate com moderação pode ser benéfico para a saúde

Comer chocolate com moderação pode ser benéfico para a saúde e trazer prazer e felicidade para muitas pessoas. Isso porque o chocolate contém antioxidantes que ajudam a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, além de aumentar a produção de serotonina no cérebro, o que melhora o humor e alivia o estresse.

“Mas, é importante lembrar que o chocolate é um alimento rico em calorias e gorduras e o consumo excessivo pode levar ao ganho de peso e outros problemas de saúde”, alerta a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Cilene Gomes Ribeiro. Além disso, alguns chocolates contêm aditivos e açúcares adicionais que podem ser prejudiciais à saúde se consumidos em grandes quantidades.

Por isso, ela ressalta que a recomendação é comer apenas uma porção de chocolate diariamente, em torno de 30 gramas – o que equivale a uma barrinha pequena. “Isso para aquelas pessoas que têm uma boa saúde, um peso adequado e que praticam exercício físico. As pessoas sedentárias, com obesidade ou doenças, como diabetes, devem tomar cuidado com a ingestão de chocolate”, alerta Cilene.

Dessa forma, é importante consumir chocolate com moderação e escolher opções de alta qualidade: com maior teor de cacau e menos açúcares adicionados. “Se você tem alguma preocupação em relação à sua saúde, consulte um profissional de saúde antes de fazer grandes mudanças em sua dieta”, afirma a presidente do Conselho.

NOVA ROTULAGEM

Nesta Páscoa, o consumidor pode utilizar a nova rotulagem de alimentos, que entrou em vigor em 2022, para fazer suas escolhas. “Os novos rótulos podem ajudar na escolha de alimentos mais saudáveis, já que devem fornecer informações sobre o conteúdo nutricional dos produtos. Isso torna mais fácil para os consumidores entenderem o que estão comprando e fazer as suas escolhas”, ressalta Cilene.

A nova rotulagem de alimentos é composta por um conjunto de informações padronizadas, que incluem a lista de ingredientes, a tabela nutricional e um selo que indica se o produto é rico em nutrientes importantes ou contém quantidades elevadas de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.

Ao ler o rótulo de um produto de chocolate, por exemplo, os consumidores podem verificar a quantidade de açúcares adicionados e gorduras saturadas presentes no produto. “Além disso, eles podem escolher produtos com um selo de nutrientes, como o de alto teor de cacau, que indica que o produto contém um teor mais elevado de cacau, que é rico em antioxidantes e pode gerar vários benefícios para a saúde” salienta a presidente do Conselho.

Você sabe como escolher chocolate?

Os principais pontos que podem ser considerados:


Teor de cacau:quanto maior a quantidade de cacau, melhor! Os potenciais benefícios do consumo moderado de chocolate, como a capacidade antioxidante, cardioprotetora e anti-inflamatória, estão associados aos polifenóis do cacau. Logo, dê preferência aos chocolates que apresentam maior percentual de cacau, como os chocolates intensos, que possuem 70% de cacau ou mais.


Açúcar: evite o açúcar como primeiro ingrediente! Na lista de ingredientes, os componentes estão listados em ordem decrescente, ou seja, o primeiro está presente em maior quantidade no alimento. Opte por produtos compostos essencialmente por cacau e cuja lista de ingredientes inicie com “cacau”, “massa de cacau”, “pasta de cacau” ou “cacau em pó”.


Gordura: prefira aqueles que utilizam apenas “manteiga de cacau” como fonte de gordura a aqueles com gorduras advindas de outras fontes como “gordura vegetal”, “gordura láctea” ou “gordura hidrogenada”.


Clean Label: procure por opções Clean Label (rótulo limpo), compostas apenas por ingredientes que reconhecemos e que podemos encontrar em nossas cozinhas.


Tipos  de chocolate:
Extra Amargo:
 contém algo entre 76% e 90% de cacau, além de manteiga de cacau. Há opções sem ou com pouquíssimo açúcar. O cacau possui propriedades que beneficiam as funções cardíacas, equilibram o colesterol bom e ruim e aliviam o estresse. Contém teobromina, que melhora o humor e funciona de forma semelhante à cafeína (é devido a esta substância que o chocolate é tão viciante!) e também apresenta antioxidantes, que previnem doenças e o envelhecimento precoce, além de fibras.


Amargo: com o percentual de 51% a 75% de cacau (sólidos de cacau e manteiga de cacau), essa opção normalmente vem com mais açúcar do que o Extra Amargo, mas possui ótimas quantidades de cacau e todas as suas qualidades e benefícios.


Meio Amargo: tem em torno de 35% a 50% de cacau. Sua composição é bem diversificada, conforme a marca do chocolate, mas é comum que contenha bastante açúcar, a exemplo do chocolate ao leite, e gordura. No entanto, é uma opção muito boa para aqueles que não apreciam o sabor forte do Extra Amargo e do Amargo.


Ao Leite: contém aproximadamente de 10% a 25% de cacau, que inclui cacau sólido, manteiga de cacau e mais de 12% de leite e açúcar. Um dos mais doces que existem, portanto representa um incremento bem grande de calorias na dieta, provenientes principalmente do açúcar, mas também da gordura do leite, da manteiga de cacau e de outras gorduras adicionadas. Aumenta as chances de engordar, se consumido em grande quantidade, ainda mais se sua dieta já for rica em outros carboidratos.


Branco: seus componentes principais são: leite, manteiga de cacau e açúcar. E, muitas vezes, a manteiga de cacau é quase totalmente substituída por gordura vegetal hidrogenada (a de pior qualidade biológica). Sendo assim, não traz benefícios relevantes para a saúde e deve ser consumido com bastante moderação.


Diet: é aquele que não contém algum nutriente. Usualmente, os chocolates diet são assim chamados por não possuírem o açúcar.


Light: Contém algum nutriente em menor quantidade. Sua composição pode variar muito. Por isso, fique atento ao rótulo e veja qual nutriente ele tem a menos e se possui algum em altas quantidades, em comparação a um chocolate normal.

Nutricionistas exercem papel fundamental no combate à obesidade

Nutricionistas exercem papel fundamental no combate à obesidade

Neste 4 de março celebra-se o Dia Mundial da Obesidade. O combate a essa doença, que afeta quase 1 bilhão de pessoas no mundo, exige a atuação de um nutricionista. Será esse profissional que irá adequar e adaptar a alimentação do indivíduo, atuando na prevenção e no tratamento de pessoas com obesidade.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019 apontou que a cada dez brasileiros, seis apresentavam problemas de excesso de peso ou obesidade, o que aumenta o risco de ter problemas de saúde como infarto, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), entre outras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas em todo o planeta – adultos e crianças – ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.

São diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, como predisposição genética, uso de determinados medicamentos, condições socioeconômicas, questões comportamentais, entre outros. A conselheira e nutricionista do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8), Letícia Mazepa classifica o estilo de vida como uma das principais causas da doença.

“Sem dúvidas o estilo de vida é um dos principais responsáveis pelo aumento do risco dessa patologia, o que inclui uma alimentação com excesso de calorias, rica em produtos ultraprocessados, açúcar, gordura saturada e o sedentarismo”, afirma.

Como a doença possui várias causas é necessário que o tratamento seja realizado através de uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, profissionais de educação física e psicólogos, por exemplo. Cabe ao nutricionista identificar e avaliar as mudanças que podem ser implementadas na rotina do paciente para melhorar a qualidade da alimentação e o aporte de nutrientes. Trata-se de uma reeducação alimentar.

“O nutricionista auxilia nos ajustes quantitativos e qualitativos do padrão alimentar. Além dos ajustes na dieta em si, o nutricionista trabalha com a percepção do indivíduo frente à alimentação, especialmente na presença de distúrbios alimentares”, afirma Letícia. Com isso, o foco é ajudar na mudança do comportamento alimentar do paciente.

“A partir da primeira conversa com o nutricionista já é possível aplicar mudanças que vão contribuir com o emagrecimento. Os reflexos dessas mudanças são individuais, ou seja, depende das características metabólicas, da conduta que foi definida e especialmente da adesão ao tratamento”, completa a conselheira do CRN-8.

O acompanhamento nutricional para pessoas com obesidade é imprescindível, principalmente quando se identifica a presença de uma relação conturbada com o alimento, como: apetite excessivo, dificuldade em controlar a saciedade e aumento significativo do peso corporal. “O acompanhamento nutricional é sempre bem-vindo, afinal, a ausência da obesidade não representa, necessariamente, boa saúde. Quanto antes iniciar o tratamento, menores os riscos de agravar o ganho de gordura corporal e as possíveis consequências da patologia”, alerta Letícia.

         ESPAÇOS COLETIVOS

A conselheira ressalta ainda a importância dos nutricionistas em espaços públicos e coletivos. Segundo ela, para uma prevenção mais efetiva da obesidade, o nutricionista deve estar presente em ambientes coletivos, como escolas, unidades de saúde, hospitais, instituições de longa permanência para idosos e em órgãos de gestão da saúde.

“A presença do nutricionista nesses ambientes é essencial no processo de educação alimentar e nutricional. Com isso, é possível agir frente aos indicadores associados à saúde e obesidade e contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas na busca do acesso da população ao atendimento especializado e, principalmente, à uma alimentação adequada e saudável”, ressalta Letícia.

         A DATA

Desde 2020, a Federação Internacional da Obesidade celebra o Dia Mundial da Obesidade em 04 de março. O objetivo é coordenar os esforços para reconhecer a obesidade como uma doença multifatorial e crônica, que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública. Até 2019, a data adotada para celebrar o Dia Mundial da Obesidade era 11 de outubro.

Plataforma e-Nutricionista permite consultas por videoconferência

Plataforma e-Nutricionista permite consultas por videoconferência

A plataforma ‘e-Nutricionista’ permite que os nutricionistas realizem consultas por videoconferência. Essa prática passou a ser autorizada durante a pandemia da Covid-19 devido à necessidade de atender pacientes de modo não presencial.

Autorizada pela Resolução 666, de setembro de 2020 do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), a teleconsulta só pode ser realizada por profissionais devidamente cadastrados no portal ‘e-Nutricionista’ e que estejam com a inscrição ativa no Conselho Regional de Nutricionistas (CRN).  

Para efetuar a inscrição na plataforma, o profissional deve acessar o site https://enutricionista.cfn.org.br/. De acordo com a nutricionista e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região, Letícia Mazepa, a inscrição na plataforma auxilia na segurança tanto do cliente quanto do nutricionista. “É uma forma de proteger e valorizar a categoria, especialmente no momento em que profissionais não habilitados, bem como leigos, são constantemente deflagrados vendendo serviços inerentes à prática do nutricionista e consequentemente, colocando em risco a vida da população”, ressalta.

A inscrição no portal deve ser realizada antes do nutricionista iniciar a prática de teleconsultas. O nutricionista que prestar teleconsultas sem estiver cadastrado no e-Nutricionista estará sujeito às penalidades previstas nas normas do Sistema CFN/CRN.

A conselheira Letícia ainda elenca alguns benefícios do teleatendimento na assistência nutricional ao paciente, como redução de custo e a facilidade no acesso ao serviço. “A teleconsulta pode ser realizada na inviabilidade de deslocamento do paciente e o profissional deve estar atento na realização de uma avaliação mais completa possível, especialmente devido à dificuldade de aplicação de algumas ferramentas para o diagnóstico nutricional, como a avaliação física”, alerta.

Portal e-Nutricionista

Hábitos nutricionais saudáveis ajudam na prevenção do câncer

Hábitos nutricionais saudáveis ajudam na prevenção do câncer

Hábitos nutricionais saudáveis contribuem para reduzir a incidência de câncer entre as pessoas. Pesquisas indicam que cerca de 30% dos casos de câncer podem ser prevenidos por um modo de vida mais saudável. A orientação é manter uma dieta rica em vitaminas e minerais. “Vários estudos sugerem que há associação do excesso de gordura com o aparecimento do câncer, além disso vários estudos têm associado à obesidade como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de ovário e próstata”, explica a nutricionista Camila Polakowski, que atua no hospital especializado em tratamento oncológico Erasto Gaertner, de Curitiba.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Brasil terá 65.840 casos novos de câncer de próstata em 2022. Em relação ao câncer de mama, a estimativa é de 66.280 novos diagnósticos. Durante o mês outubro, por exemplo, foi realizada a campanha “Outubro Rosa”, um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, além disso há a campanha “Novembro Azul” que foca na conscientização do câncer de próstata. Em 2021, o Brasil registrou 50 mortes por dia, provocadas pelo câncer de mama e 44 causadas pelo câncer de próstata.

O câncer de mama é o tipo que mais afeta as mulheres, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Já o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais aflige os homens.

Uma pesquisa de opinião pública sobre as percepções em relação ao câncer, feita em 2020 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), revelou que 70,4% dos brasileiros não reconhecem a atividade física como fator de proteção contra a doença e que 69,5% não associam o excesso de peso à maior chance de desenvolver tumores malignos. Essa informação foi publicada em junho pela Agência Brasil. “Primeiramente, deve-se manter o estado nutricional adequado, com a ‘comida de verdade’, incluindo macro e micronutrientes, rica em vitaminas e minerais”, afirma Camila.

Para prevenir o câncer, o Inca recomenda que a população mantenha, ao longo da vida, o peso corporal dentro dos limites recomendados de índice de massa corporal (IMC). O limite saudável para adultos é o IMC de 18,5 a 24,9 kg/m. O Inca aponta que o índice de adultos com excesso de peso, que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), aumentou de 47% para 58%, em homens, e de 48% para 59%, em mulheres. Os dados comparam a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 e da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.

EM TRATAMENTO

Hábitos nutricionais saudáveis não são essenciais apenas para a prevenção do câncer, mas se mostram indispensáveis durante o tratamento da doença. “Durante o tratamento oncológico, devido as alterações metabólicas o paciente pode apresentar inapetência (falta de apetite)”, explica Camila.

Para isso, o Consenso de Nutrição Oncológica sugere algumas práticas na conduta nutricional para o paciente, tais como: conversar com o paciente e o acompanhante sobre a importância da alimentação; adequar as orientações nutricionais às preferências do paciente; adequar a ingestão atual para a ideal ou o mais próximo possível; modificar a consistência da dieta conforme aceitação do paciente; quando necessário, aumentar o fracionamento da dieta; aumentar a ingestão de alimentos com elevada densidade calórica; e evitar a monotonia alimentar, oferecendo pratos coloridos e diversificados.

“Quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, deve ser encaminhado ou procurar uma nutricionista para iniciar o acompanhamento nutricional. A triagem e avaliação nutricional deve ser o primeiro passo para identificar o paciente em risco ou já desnutrido para inovar a terapia nutricional. Na dietoterapia, além da ajuda da dieta, podemos ainda utilizar suplementação oral e ainda, se necessário, terapia nutricional  enteral (por meio de tubo ou sonda)”, explica a nutricionista.  

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

População com obesidade no Paraná aumenta 22% em 10 anos

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade

A população adulta do Paraná diagnosticada com algum grau de obesidade aumentou 11% na última década. Em 2012, o índice era de 24,48% e saltou para 35,49% até setembro de 2022. Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.

Se levar em conta os números gerais, o aumento é de 22% no mesmo período. Em 2012, o Sistema indicou que 38% da população do Paraná, entre crianças, adolescentes e adultos, foi constatada com obesidade. Este número aumentou para 60% de pessoas que têm os graus 1 ou 2 ou 3 de obesidade.

O dia 11 de outubro é instituído pela lei 11.721 de 2008 como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção da obesidade.

Os índices da doença são considerados grandes em todo o globo e a tendência é de aumento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas.

A nutricionista Gisele Farias, do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná, classifica algumas causas para esse aumento: “Maior oferta de alimentos com alta densidade energética, ou seja, alimentos com muitas calorias em poucas quantidades, ricos em açúcares”.

Além disso, ela avalia que “a população está cada vez mais se exercitando menos, fato que se agravou durante a pandemia da Covid-19”. Em 2019, por exemplo, o Sisvan apontou que o índice de adolescentes com obesidade era de 13%. Em 2021, durante a pandemia, o número chegou a 18%. “Foi muita ansiedade nessa época e as pessoas buscaram conforto na alimentação”, afirma Gisele.

 A obesidade é responsável por causar diversos riscos para a saúde. “A obesidade é uma doença crônica que se relaciona com o desenvolvimento de inúmeras outras doenças crônicas, com maior risco de vida, como as doenças cardiovasculares, como cardiopatias, hipertensão arterial, aumento da chance de acidente vascular cerebral (AVC), maior risco de diabetes, esteatose hepática, doenças ósseas e articulares. E também as doenças sociais, como o aumento de depressão, entre inúmeras outras situações”, explica Gisele.

04 de março – Dia Mundial de Combate a Obesidade

boa alimentação é bom para a saúde

04 de março – Dia Mundial de Combate a Obesidade

Para alertar a população sobre os riscos provocados pela obesidade, o dia 04 de março foi instituído como o Dia Mundial da Obesidade. O objetivo é trazer à reflexão o tema, que está relacionado à Segurança Alimentar Nutricional e à qualidade de vida.

Em maio de 2020, o Ministério da Saúde divulgou o resultado da pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). O levantamento revela o perfil da população brasileira em relação às doenças crônicas mais comuns. Desde o início do monitoramento, em 2006, o maior aumento é o da obesidade, que saltou de 11,8% para 20,3% em 2019. Ao considerar o excesso de peso, 55,4% dos brasileiros estão nessa situação. De acordo com a faixa etária, o excesso de peso tende a aumentar, já atingindo 30,4% dos jovens de 18 a 24 anos e 59,8% de adultos com 65 anos ou mais.

Contribuição dos alimentos ultraprocessados para o aumento da obesidade

A nutricionista e conselheira do CRN-8, Letícia Mazepa CRN-8 2911 afirma que a obesidade é uma doença de prevalência crescente em todo o mundo. “A pandemia da obesidade é motivo de alerta para a saúde pública. Afinal, estamos falando de uma patologia crônica que muitas vezes é a porta de entrada para dezenas de complicações clínicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, infertilidade, doenças osteoarticulares e até alguns tipos de câncer”.

O rápido aumento nas vendas de alimentos ultraprocessados, em paralelo ao aumento nas prevalências de obesidade e outras doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs), tem sido observado em todo o mundo. “As pesquisas mostram que o crescimento da obesidade coincide com as mudanças de padrão alimentar da população, especialmente no que se refere ao consumo de alimentos ultraprocessados. É o caso dos biscoitos recheados, salgadinhos, macarrão e sopas instantâneos, sorvetes, balas, barras de cereais, bebidas açucaradas – como refrigerantes e refrescos em pó”, explica Letícia.

Os alimentos ultraprocessados contribuíram para o consumo alimentar diário do conjunto da população (42,0% do total de energia), sendo as crianças com mais de cinco anos e adolescentes os maiores consumidores desses alimentos (53,1% e 54,3% do total energético, respectivamente). Letícia afirma que, com o aumento da participação de alimentos ultraprocessados na dieta, esses alimentos tendem a substituir os alimentos in natura e minimamente processados, assim como suas preparações culinárias. “Se, por um lado, esses produtos são altamente palatáveis, práticos e acessíveis, por outro costumam apresentar alta densidade energética (muitas calorias em pequenas porções), alto teor de açúcar, de gordura, de sódio, baixa qualidade nutricional e a presença de inúmeros aditivos alimentares (fator que os tornam atraentes aos olhos e ao paladar do consumidor, além de favorecer a indústria em detrimento da extensa vida de prateleira)”.

O Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde define alimentos ultraprocessados como “Formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes). Técnicas de manufatura incluem extrusão, moldagem e pré-processamento por fritura ou cozimento”.

A importância da Pesquisa para o Planejamento de Estratégias

Os resultados das pesquisas, tanto a da VIGITEL, quanto das realizadas por Universidade e Núcleos de Pesquisas, contribuem para o monitoramento das metas apresentadas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011-2021, no Plano Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS 2014-2019) e no Plano de Ação Global para a Prevenção e Controle das DCNT, da Organização Mundial da Saúde. Além disso, também fundamentam a aferição das metas de DCNT, na Agenda 2030, e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com os dados existentes é possível elaborar estratégias de enfrentamento à obesidade por nutricionistas e a criação de Políticas Públicas específicas. Letícia explica que a melhoria da qualidade alimentar da população é um pilar importante no controle dos números crescentes da obesidade, responsabilidade que vai além das escolhas alimentares do indivíduo, mas que deve ser prioridade nas agendas de todas as esferas governamentais. “Essa mudança de padrão alimentar pode ser mais simples do que muitas vezes imaginamos: a começar por uma rotina consciente, que priorize os alimentos in natura e minimamente processados. Essa escolha poderá ser capaz de promover mais do que a redução da ingestão calórica, mas um aporte de vitaminas, minerais e compostos bioativos fundamentais para a manutenção das funções fisiológicas, para a promoção do bem-estar do indivíduo e, ainda, para a redução do risco de desenvolvendo de inúmeras doenças”.

Estudo NutriNet

O Estudo NutriNet Brasil vai acompanhar 200 mil pessoas de todas as regiões do país para identificar características da alimentação brasileira que aumentam ou diminuem o risco de doenças crônicas muito frequentes, como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças do coração e câncer. Participe!

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