1 a 7 de agosto – Semana Mundial de Aleitamento Materno – SMAM – PROTEGER A AMAMENTAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS
A Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) é celebrada anualmente de 1º a 7 de agosto. O tema deste ano tem como foco as políticas de proteção à prática da amamentação: PROTEGER A AMAMENTAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS. Segundo o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do Estado, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. Os bebês devem ser alimentados exclusivamente com leite até os seis meses de idade e todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos.
A nutricionista Caryna Eurich Mazur CRN-8 7919, é defensora da amamentação, mas não a idealiza, porque nem sempre a amamentação é agradável, especialmente no início. Além de questões pessoais, há também a relação com o emprego, a falta de tempo, entre outras dificuldades. Por isso é importante o apoio de toda a sociedade. “Nunca romantizei a amamentação, pois pode ser um momento de muitas dores também. Amo minha filha, independente da via pela qual eu a alimente. Amamentar não depende de amor, é fisiológico, está na fisiologia da lactante, no processo de sucção do bebê para produzir mais leite e é hormonal”.
Dados Enani 2019
De acordo com os resultados preliminares dos indicadores de aleitamento materno no Brasil, contidos no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil de 2019 (Enani-2019), a prevalência de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de quatro anos aumentou de 4,7%, em 1986, para 60%, em 2020. Nos bebês menores de seis meses, o aumento foi de 2,9% para 45,7%. Caryna defende a criação de políticas públicas para aumento da prevalência da amamentação. “Amamentar é ter paciência, doar tempo. Há questões trabalhistas relacionadas, logo a sociedade precisa se conscientizar da importância de apoiar a mulher que está amamentando. Tanto o Ministério da Saúde como a Sociedade Brasileira de Pediatria preconizam seis meses de aleitamento materno exclusivo e dois anos para amamentação complementar e é preciso muita resistência por parte da mulher, resiliência também, porque amamentar a priva de várias coisas. Muitas vezes a dor vai além da parte física, atinge o psicológico também.”
Nutricionista e Mãe
A nutricionista Caryna também está amamentando, sua filha está com 7 meses, e reforça que a rede de Apoio à Amamentação é fundamental. “Tive muitas dores no início do processo da amamentação, fiquei de licença por 4 meses e mantive a amamentação devido ao trabalho remoto. Como sou professora estou on-line e consigo amamentar. Mesmo assim, precisei da rede de apoio. Contratei uma pessoa para me auxiliar, tive minha mãe presente e também meu esposo. A rede de apoio estava bem consolidada, entretanto tive várias dificuldades com relação à pega da mama, rachaduras, apojaduras, candidíase, mastites, confusão de bico pois precisei ordenhar e dar na mamadeira. O apoio de todos é fundamental, não apenas dentro de casa, mas da sociedade como todo”.
Declaração de Innocenti
A SMAM surgiu em 1990, em comemoração à Declaração de Innocenti, e deu impulso à discussão de temas como sistemas de saúde, mulheres e trabalho, bem como apoio comunitário, ecologia, economia, ciência, educação e direitos humanos. Desde 2016, a SMAM está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).