Dia Nacional do Atleta – 21 de dezembro

Dia Nacional do Atleta – 21 de dezembro

Alta performance requer procedimentos especiais e orientação nutricional.

O Dia Nacional do Atleta, ou simplesmente Dia do Atleta, é comemorado em 21 de dezembro. A data celebra o esforço das pessoas que se dedicam ao esporte, seja profissionalmente ou por hobby, sempre buscando manter uma boa qualidade de vida. Trata-se de uma boa oportunidade para conhecer mais sobre a relação entre saúde e prática esportiva, refletindo sobre o tema da alta performance. Afinal, que procedimentos e cuidados um atleta precisa adotar para consegui-la?

Para divulgar as práticas e as perspectivas da Nutrição do Esporte, o Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8) conversou com Rodrigo Spricigo Teixeira CRN-8 10259, que acumula vasta experiência nessa área de atuação do nutricionista, especialmente no que se refere à nutrição para atletas de alta performance.

O atleta “acima da média”

Rodrigo entende que o termo “atleta de alta performance” desperta questionamentos e debates sobre o seu significado e não há consenso. No entanto, segundo ele, é possível afirmar que, de modo geral, o termo se refere ao atleta que se destaca pelo desempenho e rendimento e que possui vasta experiência e vivência em alguma modalidade esportiva. “É aquele atleta ‘acima da média’, que se destaca em seu esporte e também apresenta um altíssimo desempenho e rendimento nas competições, que sempre briga pelo pódio. Sua vida é dedicada ao esporte e seu esporte é sua profissão. São profissionais, que muitas das vezes, possuem todo um planejamento multidisciplinar: seu treinador, fisioterapeuta, médico, psicólogo e nutricionista”.

Mais quantidade e melhor qualidade

A alimentação e a nutrição desses atletas deve ser especial. Rodrigo explica que há a necessidade de maior quantidade e melhor qualidade na alimentação. Para facilitar o entendimento, ele faz uma comparação didática entre alimentação e combustível. “Não praticantes de exercícios físicos podem ser comparados com carros econômicos, menos potentes, e os atletas de alta performance, com carros que ‘bebem’ muito, muito mais potentes. A necessidade de combustível/alimento será muito maior para o carro que apresenta uma maior demanda, como os atletas de alta performance, para exercer toda essa potência a mais. Além disso, é comum que carros potentes necessitem de um combustível de maior octanagem, ou seja, de melhor qualidade. Com os atletas de alta performance, isso não poderia ser diferente! Sua alimentação deverá contemplar, além de uma maior quantidade, uma melhor qualidade do seu contexto alimentar.

Alimentação calórica

A alimentação de um atleta de alta performance está relacionada à rotina de seus treinos e a fatores correlatos. Pode variar de acordo com o momento em que está, se em competição ou não, por exemplo. Mas se pode afirmar que é uma alimentação mais calórica do que a da média da população. “Por exemplo, as recomendações que encontramos nas tabelas nutricionais nos rótulos de alimentos é baseada em uma dieta média de 2.000 Kcal. Atletas de alta performance, dependendo do tipo do esporte e da fase em que se encontram de treinamento/preparação para competições, podem necessitar de dietas que ultrapassem facilmente os 5.000Kcal”.

Redescobrindo o antigo

“O novo da nutrição é a redescoberta do que é antigo”, diz Rodrigo. Embora haja suplementos com excelentes evidências de atuar na melhora do desempenho ou recuperação do treino, uma boa alimentação, adequada e balanceada, ainda é a melhor tecnologia para melhorar a saúde e desempenho dos atletas. Para ele, é possível afirmar que esse é a maior novidade da nutrição para a população em geral e, principalmente, para atletas de alta performance. “Atualmente sabemos que não são apenas os macronutrientes (carboidrato, proteína e gordura) e micronutrientes (vitaminas e minerais) que atuam favorecendo o atleta. Vegetais e frutas são ricos em fitoquímicos que, basicamente, ‘ensinam’ nossas células a se recuperar de um treino intenso, por exemplo”.

Na prática, o atleta precisa ter cuidado no uso de suplementos alimentares. Se há vários suplementos necessários e benéficos, o excesso de alguns, por outro lado, pode ser prejudicial. “Doses elevadas de algumas vitaminas ou nutrientes antioxidantes podem diminuir a capacidade do corpo em se adaptar ao treinamento, adaptação esta que é extremamente necessária para o atleta de alta performance”, explica o nutricionista. Ele lembra, ainda, que deve-se evitar restrições alimentares extremas, bem como o overtraining, cuidando do descanso e mantendo uma alimentação adequada.

Alimentação e nutrição são individuais, dietas prontas não funcionam

Rodrigo constata que a maioria das pessoas que atende no consultório tentou seguir uma dieta por conta própria ou pegaram uma dieta pronta, recomendada por um amigo ou na internet. Os relatos não costumam variar e deixam uma lição: a alimentação e a nutrição são extremamente individuais e o acompanhamento nutricional é fundamental nesses casos. “Todos relatam as mesmas situações: não conseguiram seguir a dieta por muito tempo, seja porque não tiveram resultados, se sentiram fracos ou então não estavam acostumados a consumir aqueles alimentos da dieta”.

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