Nutricionistas do Paraná participam de estudo sobre alimentos cardioprotetores – Dia Mundial do Coração – 29 de setembro
Recomendações dietéticas adequadas representam uma parte fundamental da prevenção secundária em doenças cardiovasculares
O Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, busca conscientizar a população sobre a importância de manter hábitos saudáveis e preservar a saúde cardiovascular. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.
Há vários estudos sobre o assunto e a nutricionista Francisca Eugênia Zaina CRN-8 371, da UTI Cardiológica do Hospital de Clínicas da UFPR, preceptora da Residência Multiprofissional em Atenção Hospitalar-Área Cardiovascular, participou de um deles, um ensaio clínico em parceria com o Ministério da Saúde e publicado no American Heart Journal, em 2019: o Programa Brasileiro de Nutrição Cardioprotetora (BALANCE).
O objetivo é valorizar as receitas originais com algumas adaptações. Trata-se de uma avaliação dos efeitos da alimentação cardioprotetora, por meio da prescrição alimentar orientada por recomendações de conteúdo nutricional, além de ferramentas baseadas em programas de educação nutricional e sugestões de alimentos acessíveis e o acompanhamento intensivo por meio de visitas individuais, sessões em grupo e ligações telefônicas. O estudo foi realizado em diversas partes do País, e acompanhou, de março de 2013 a abril de 2015, indivíduos com mais de 45 anos com doenças cardiovasculares estabelecidas.
Ultraprocessados não devem ser consumidos
Segundo Francisca Eugênia, o estudo avaliou as condições dos pacientes e, baseou as orientações nutricionais em uma dieta cardioprotetora. Os alimentos prescritos eram sem adição de açúcar, baixo teor de energia, de colesterol, gorduras saturadas e sódio e com a presença de nutrientes cardioprotetores (antioxidantes e fibra alimentar). “Esses alimentos foram divididos em 3 grupos, associadas a uma cor: verde, amarelo e azul, fazendo uma alusão à Bandeira do Brasil. O maior campo é o verde, sugerindo que os alimentos do grupo verde devem ser consumidos com mais frequência. A segunda maior porção é a amarela, sugerindo que esses alimentos devem ser menos consumidos. Por fim, o azul, sugerindo que esses alimentos devem ser consumidos com moderação”. No estudo, o grupo dos alimentos ultraprocessados recebeu a cor vermelha, que não consta na bandeira. Isso porque, sendo fontes de ácidos graxos trans, açúcar refinado, adoçantes artificiais e conservantes, a orientação é a de que não devem ser consumidos.
A nutricionista conta que diferentes modelos de dietas têm sido associadas no benefício da prevenção das doenças cardiovasculares tais como a dieta mediterrânea e as dietas vegetarianas ou veganas, entre outras. “No grupo populacional alcançado pelo Programa BALANCE, observamos uma pequena melhora no consumo de frutas e vegetais. Apesar de todos os esforços, conseguir uma mudança alimentar é difícil e geralmente envolve uma mudança cultural de longo prazo. Nossa estratégia nutricional buscou aumentar a acessibilidade à dieta, adequando o cardápio às especificações culturais e incentivando o consumo de alimentos regionais. Além de frutas e hortaliças, foi recomendado o consumo de maiores quantidades de outros alimentos cardioprotetores”.