SMAM 2022 | FORTALECER A AMAMENTAÇÃO EDUCANDO E APOIANDO
DE 1 A 7 DE AGOSTO DE 2022
A Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM) é parte de uma mobilização mundial para conscientizar e estimular o aleitamento materno e o desenvolvimento de ações e iniciativas que o favoreçam. É comemorada entre os dias 1º e 7 de agosto, desde 1992, e tem como referência a Declaração de Innocenti, de 1990. Neste ano de 2022, o foco é fortalecer a cadeia quente de apoio à amamentação, informando, educando e capacitando os atores que promovem e protegem a amamentação neste período pós-pandemia.
Para celebrar a SMAM, o Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região, conversou com as nutricionistas Flávia Cristina Severo Grando e Carolina Belomo de Souza, sobre nutrição materna durante a amamentação e dos bebês, destacando a rede de apoio para a mãe e realçando a importância da empatia dos profissionais da saúde.
Flávia afirma que a campanha deste ano é um estímulo a mais para a população em relação ao aleitamento materno. “A gente precisa informar, vincular, engajar e estimular essas mulheres, desde o período gestacional e no período pós gestação também. E não somente as mulheres, mas toda a sociedade, as famílias, as empresas. Porque para uma mãe amamentar, ela precisa de apoio. A gente precisa ajudar, fortalecer”.
A importância da amamentação para o bebê
A amamentação é o alimento de ouro para o bebê “Ele é equilibrado em termos de nutrientes, favorece o ganho de peso, o vínculo da mãe com o bebê, fortalece o sistema imunológico pelas imunoglobulinas e é excelente para a função intestinal, o que ajuda a reduzir as cólicas”, explica Flávia, destacando que é extremamente importante educar e o apoiar as mães desde o primeiro trimestre da gravidez. “É preciso informar tanto a gestante quanto a família sobre todos os benefícios da amamentação, uma base forte para lidar com eventuais dificuldades que surjam, além de buscar apoio quando necessário”.
Nutrição materna durante a amamentação
Para a nutricionista Dra.Carolina Belomo de Souza a mulher que amamenta, lactante ou nutriz, tem suas necessidades energéticas aumentadas com a produção do leite. É importante, assim, manter as características de uma alimentação adequada, saudável e equilibrada, seguidas durante a gestação de acordo com os princípios do Guia Alimentar da População Brasileira. Ela acrescenta que é preciso evitar “dietas” ou regimes nesse período, pois são considerados fatores de estresse e podem prejudicar a lactação. “É comum a mulher sentir mais sede e até mesmo fome durante a lactação. A sede aumenta durante a mamada, em especial nos primeiros dias, devido à maior perda de líquidos por meio do leite materno. Por isso, é importante que a ingestão de líquido se dê de acordo com a sede, ou seja, de acordo com a vontade, e que se tenha sempre ao alcance um copo de água”.
A nutricionista também chama atenção para que se tenha moderação no consumo de alimentos e bebidas estimulantes, como café, chá, chimarrão e tererê, além de evitar refrigerantes, sucos, néctares e demais bebidas açucaradas ou “energéticas”. “Não há comprovação de que alguma comida ou bebida aumente ou reduza a produção de leite materno”.
Algumas dicas importantes:
· É importante o estabelecimento de uma rotina neste período. Na medida do possível, a nutriz deve procurar dormir à noite e repousar durante o dia pelo menos uma vez no intervalo das mamadas, enquanto o bebê estiver mamando durante dia e noite.
· É recomendada a ingestão de, pelo menos, seis refeições diárias, como: o desjejum ou café da manhã; a colação; o almoço; o lanche, o jantar e a ceia.
· Prefira uma alimentação saudável, variada, equilibrada e flexível, com alimentos da preferência.
Para uma alimentação adequada e variada durante a lactação, é recomendado que a nutriz:
· Mantenha as características da alimentação do final da gestação;
· Prefira alimentos saudáveis e naturais, como frutas, nos lanches. Consuma uma alimentação variada, com todos os grupos de alimentos, como pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes;
· Consuma três ou mais porções de derivados do leite ao dia;
· Consuma frutas e vegetais ricos em vitamina A (cenoura, manga, batata-doce, mamão, brócolis, etc.);
· Certifique-se de que a sua sede está sendo saciada;
· Evite dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500 g por semana);
· Consuma com moderação café e outros produtos cafeinados (refrigerantes, chás, etc.).
Algumas substâncias, e até mesmo alimentos, podem alterar a produção ou a composição do leite. Desta forma, recomenda-se que a nutriz evite:
· o fumo (pode reduzir a produção de leite);
· doses excessivas de cafeína (pode deixar o bebê irritado e sem sono);
· o álcool (destrói as células nervosas e deixa o bebê sem fome, levando a baixo ganho de peso, entre outros);
· alguns medicamentos (consultar sempre o médico antes de consumir medicamentos durante a amamentação, pois além de alterar a produção de leite, também podem passar pelo leite);
· os excessos de alimento e de condimentos que possam alterar o sabor e/ou o odor do leite, como alho, cebola, nabo, couve, brócolis e feijões (quando não deixados de molho de um dia para outro e trocado a água entes de cozinhar). No entanto, caso estes alimentos já estiverem presentes na alimentação durante a gestação, poderá não haver influência na aceitação do leite, uma vez que a criança estará acostumada com esses sabores e odores, pois eles também atravessam a placenta.
Campanha da cadeia de calor ou quente
A campanha cadeia de calor ou cadeia quente coloca a díade mãe-bebê no centro. O objetivo é conectar diferentes atores nos setores de saúde, comunidade e local de trabalho para fornecer um atendimento contínuo durante os primeiros 1.000 dias.
A amamentação é essencial para as estratégias de desenvolvimento sustentável pós-pandemia, pois melhora a nutrição, garante a segurança alimentar e reduz as desigualdades entre e dentro dos países. O tema está alinhado com a área temática 1 da campanha WBW-SDG 2030, que destaca os vínculos entre amamentação e boa nutrição, segurança alimentar e redução de desigualdades.