SMAM 2022 | FORTALECER A AMAMENTAÇÃO EDUCANDO E APOIANDO

SMAM 2022 | FORTALECER A AMAMENTAÇÃO EDUCANDO E APOIANDO

DE 1 A 7 DE AGOSTO DE 2022

A Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM) é parte de uma mobilização mundial para conscientizar e estimular o aleitamento materno e o desenvolvimento de ações e iniciativas que o favoreçam. É comemorada entre os dias 1º e 7 de agosto, desde 1992, e tem como referência a Declaração de Innocenti, de 1990. Neste ano de 2022, o foco é fortalecer a cadeia quente de apoio à amamentação, informando, educando e capacitando os atores que promovem e protegem a amamentação neste período pós-pandemia.

Para celebrar a SMAM, o Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região, conversou com as nutricionistas Flávia Cristina Severo Grando e Carolina Belomo de Souza, sobre nutrição materna durante a amamentação e dos bebês, destacando a rede de apoio para a mãe e realçando a importância da empatia dos profissionais da saúde.

Flávia afirma que a campanha deste ano é um estímulo a mais para a população em relação ao aleitamento materno. “A gente precisa informar, vincular, engajar e estimular essas mulheres, desde o período gestacional e no período pós gestação também. E não somente as mulheres, mas toda a sociedade, as famílias, as empresas. Porque para uma mãe amamentar, ela precisa de apoio. A gente precisa ajudar, fortalecer”.

A importância da amamentação para o bebê

A amamentação é o alimento de ouro para o bebê “Ele é equilibrado em termos de nutrientes, favorece o ganho de peso, o vínculo da mãe com o bebê, fortalece o sistema imunológico pelas imunoglobulinas e é excelente para a função intestinal, o que ajuda a reduzir as cólicas”, explica Flávia, destacando que é extremamente importante educar e o apoiar as mães desde o primeiro trimestre da gravidez. “É preciso informar tanto a gestante quanto a família sobre todos os benefícios da amamentação, uma base forte para lidar com eventuais dificuldades que surjam, além de buscar apoio quando necessário”.

Nutrição materna durante a amamentação

Para a nutricionista Dra.Carolina Belomo de Souza a mulher que amamenta, lactante ou nutriz, tem suas necessidades energéticas aumentadas com a produção do leite. É importante, assim, manter as características de uma alimentação adequada, saudável e equilibrada, seguidas durante a gestação de acordo com os princípios do Guia Alimentar da População Brasileira. Ela acrescenta que é preciso evitar “dietas” ou regimes nesse período, pois são considerados fatores de estresse e podem prejudicar a lactação. “É comum a mulher sentir mais sede e até mesmo fome durante a lactação. A sede aumenta durante a mamada, em especial nos primeiros dias, devido à maior perda de líquidos por meio do leite materno. Por isso, é importante que a ingestão de líquido se dê de acordo com a sede, ou seja, de acordo com a vontade, e que se tenha sempre ao alcance um copo de água”.

A nutricionista também chama atenção para que se tenha moderação no consumo de alimentos e bebidas estimulantes, como café, chá, chimarrão e tererê, além de evitar refrigerantes, sucos, néctares e demais bebidas açucaradas ou “energéticas”. “Não há comprovação de que alguma comida ou bebida aumente ou reduza a produção de leite materno”.

Algumas dicas importantes:

·        É importante o estabelecimento de uma rotina neste período. Na medida do possível, a nutriz deve procurar dormir à noite e repousar durante o dia pelo menos uma vez no intervalo das mamadas, enquanto o bebê estiver mamando durante dia e noite.

·        É recomendada a ingestão de, pelo menos, seis refeições diárias, como: o desjejum ou café da manhã; a colação; o almoço; o lanche, o jantar e a ceia.

·        Prefira uma alimentação saudável, variada, equilibrada e flexível, com alimentos da preferência.

Para uma alimentação adequada e variada durante a lactação, é recomendado que a nutriz:

·        Mantenha as características da alimentação do final da gestação;

·        Prefira alimentos saudáveis e naturais, como frutas, nos lanches. Consuma uma alimentação variada, com todos os grupos de alimentos, como pães e cereais, frutas, legumes, verduras, derivados do leite e carnes;

·        Consuma três ou mais porções de derivados do leite ao dia;

·        Consuma frutas e vegetais ricos em vitamina A (cenoura, manga, batata-doce, mamão, brócolis, etc.);

·        Certifique-se de que a sua sede está sendo saciada;

·        Evite dietas e medicamentos que promovam rápida perda de peso (mais de 500 g por semana);

·        Consuma com moderação café e outros produtos cafeinados (refrigerantes, chás, etc.).

Algumas substâncias, e até mesmo alimentos, podem alterar a produção ou a composição do leite. Desta forma, recomenda-se que a nutriz evite:

·        o fumo (pode reduzir a produção de leite);

·        doses excessivas de cafeína (pode deixar o bebê irritado e sem sono);

·        o álcool (destrói as células nervosas e deixa o bebê sem fome, levando a baixo ganho de peso, entre outros);

·        alguns medicamentos (consultar sempre o médico antes de consumir medicamentos durante a amamentação, pois além de alterar a produção de leite, também podem passar pelo leite);

·        os excessos de alimento e de condimentos que possam alterar o sabor e/ou o odor do leite, como alho, cebola, nabo, couve, brócolis e feijões (quando não deixados de molho de um dia para outro e trocado a água entes de cozinhar). No entanto, caso estes alimentos já estiverem presentes na alimentação durante a gestação, poderá não haver influência na aceitação do leite, uma vez que a criança estará acostumada com esses sabores e odores, pois eles também atravessam a placenta.

Campanha da cadeia de calor ou quente

A campanha cadeia de calor ou cadeia quente coloca a díade mãe-bebê no centro. O objetivo é conectar diferentes atores nos setores de saúde, comunidade e local de trabalho para fornecer um atendimento contínuo durante os primeiros 1.000 dias.

A amamentação é essencial para as estratégias de desenvolvimento sustentável pós-pandemia, pois melhora a nutrição, garante a segurança alimentar e reduz as desigualdades entre e dentro dos países. O tema está alinhado com a área temática 1 da campanha WBW-SDG 2030, que destaca os vínculos entre amamentação e boa nutrição, segurança alimentar e redução de desigualdades.

Acesse aqui o podcast sobre a Semana do Aleitamento Materno

Conselho de Nutricionistas realiza CRN-8 Itinerante nas cidades dos Campos Gerais

Conselho de Nutricionistas realiza CRN-8 Itinerante nas cidades dos Campos Gerais

Presidente do CRN-8 destacou a importância da parceria entre Conselhos de Nutrição, Vigilância Sanitária e Prefeitura para a Segurança Alimentar e Nutricional

O Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8) realizou, de 11 a 15 de julho, o CRN-8 Itinerante na região de Ponta Grossa. Durante toda a semana, foi realizada fiscalização na mesorregião e nos dias 14 e 15 aconteceram reuniões e palestras para profissionais e estudantes. O programa tem o objetivo de fortalecer as ações do Conselho junto aos municípios e se reuniu com representantes de instituições, entidades e autoridades que atuam no planejamento e implementação de políticas públicas relacionadas à alimentação e comprometidas com a Segurança Alimentar Nutricional (SAN).

Prefeita de Ponta Grossa anuncia concurso na área de nutrição

No dia 14, a presidente do CRN-8, Cilene da Silva Gomes Ribeiro (CRN-8 418), e a Coordenadora Técnica, Carolina Bulgacov Dratch (CRN-8 2038) conversaram com a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Silveira Schmidt. No encontro, foi discutida a parceria para orientar as políticas públicas relacionadas ao trabalho do profissional de Nutrição, bem como para fiscalizar a prática desse profissional, garantindo a qualidade requerida. Também participaram da reunião o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Bruno Cesar Costa Pinto, a presidente da FAS/PG, Vinya Oliveira, e representantes das secretarias da Saúde e Educação.

De acordo com Cilene, é necessário fortalecer o diálogo entre os órgãos de fiscalização, e, desta forma, garantir a Segurança Alimentar Nutricional e o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável por meio de profissionais habilitados e éticos. E aproveitou para elogiar o trabalho desenvolvido no município. “Nesse sentido, a Vigilância Sanitária de Ponta Grossa tem sido exemplar, pois nos repassa ações que nos permitem encaminhar a fiscalização profissional e melhorar a Segurança Alimentar e Nutricional dos estabelecimentos de acordo com a legislação”.

A prefeita destacou que pretende realizar um concurso público para contratação de mais nutricionistas e solicitou ao CRN-8 informações acerca da quantidade de profissionais necessários. Também falou sobre as articulações entre as políticas públicas realizadas em Ponta Grossa para aprimorar a produção de alimentos, como o Programa Feira Verde e Mercado da Família, cestas de alimentações e programas de apoio às famílias.

Vice-prefeito de Carambeí recebe CRN-8 Itinerante

A presidente do CRN-8, junto com a conselheira Veridiane Sirota e a coordenadora técnica, também participou de reunião com o Vice Prefeito de Carambeí, Jeferson Gomes. Como tema de pauta, a solicitação de ampliação do quadro de nutricionistas, tanto para a Educação quanto para a Saúde. Também participaram da reunião a diretora de Saúde, Maira Hollebem, a secretária de Ação Social, Joahnna Nogueira, a secretária de Educação, Katia Harms, o nutricionista Deuclísio Junior e a veterinária da secretaria do Abastecimento, Andressa Dudecoschi.

O nutricionista Deuclísio Junior trabalha no município e contou que atua nos Programas de SAN para promover a saúde da população, por meio da Educação Alimentar Nutricional (EAN). “Além do trabalho com as crianças, também fazemos reuniões com os pais e mães. O maior desafio é fazer com que eles substituam os ultraprocessados por alimentos menos calóricos e por frutas. Oferecemos frutas e uma alimentação mais equilibrada nas escolas”.

Palestras e fiscalização

O CRN-8 Itinerante também realizou palestras para profissionais e estudantes. No auditório cedido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as nutricionistas Letícia Mazepa e Veridiane Sirota falaram sobre “Prática clínica: como a nutrição pode auxiliar nos distúrbios mentais e emocionais?” e “Organização do serviço de alimentação no ambiente escolar”. Também ministraram a palestra do CRN-8 nas IES na Unicesumar para estudantes.

Foram fiscalizadas as escolas, hospitais e Instituição de Longa Permanência para Idosos, tanto públicos, quanto privados. Ao todo, 14 municípios foram visitados pelas fiscais: Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Palmeira, Jaguariaíva, Arapoti, Pirai do Sul, Sengés, Imbaú, Ortigueira, Reserva, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.

ECA: crianças e adolescentes têm direito à segurança alimentar e nutricional

ECA: crianças e adolescentes têm direito à segurança alimentar e nutricional

Importante para a proteção a crianças e adolescentes, desde 1990 o ECA tem sido apontado como um importante ordenamento democrático que trata, como direito fundamental, da garantia ao Direito à Alimentação Saudável e Adequada.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 32 anos nesta quarta-feira (13). Inspirado pelos princípios e diretrizes da Constituição Federal de 1988, esse ordenamento jurídico tem mostrado sua importância na regulamentação dos direitos de crianças e adolescentes, considerando-os merecedores de proteção integral e prioritária. Nele, também são definidos os deveres do Estado, da família, da comunidade e da sociedade em relação à criança e ao adolescente, garantindo não apenas educação, justiça, liberdade e tratamento digno, mas também a alimentação adequada para uma vida saudável.

PNAE é essencial

Por sua vez, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) abrange toda a Rede Pública de Educação Básica, inclusive os alunos participantes do Programa Mais Educação, de jovens e adultos. Para a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região (CRN-8), Cilene da Silva Gomes Ribeiro (CRN-8 418), o PNAE tem como objetivo assegurar os direitos da Criança e do Adolescente e a participação de nutricionistas no programa é fundamental. “É essencial para que as ações de educação alimentar e nutricional ocorram, bem como para que se garanta a oferta de refeições que supram as necessidades nutricionais dos estudantes durante o período letivo”.

Cilene afirma a importância do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável, de modo a favorecer o desenvolvimento biopsicossocial dos estudantes. “Traz benefícios na aprendizagem e ajuda a formar hábitos alimentares saudáveis”, explica. Segundo ela, o ECA e o PNAE se integram ao garantir o direito da criança e do adolescente a estarem livres da fome, com acesso a alimentos de qualidade.

Evolução na Alimentação Escolar

O CRN-8 tem representações tanto no Conselho Estadual de Alimentação Escolar (CEAE), quanto nos Conselhos de Alimentação Municipais, Conselhos de Segurança Alimentar Estadual e Municipais (Consea e Comseas). A Vice-presidente do CEAE no Paraná, a nutricionista Juliana Bertolin Gonçalves (CRN-8 2401) explica que o Conselho acompanha a implementação do PNAE, que completou 13 anos em 16 de junho. “Houve muita evolução na alimentação escolar, várias legislações foram desenvolvidas em benefício do aluno. A construção do direito a uma alimentação adequada vem lá de trás e a gente vai desenvolvendo a capacidade dos municípios de aderir às políticas”.

O CRN-8 também tem representação no Conselho de Alimentação Escolar de Curitiba (CAE). A nutricionista Patrícia Samofal (CRN-8 5824) é a Presidente e a Coordenadora Técnica do CRN-8, Carolina Bulgacov Dratch(CRN-8 2038), está como suplente. O Vice-Presidente, eleito como representante do segmento dos pais, Alexsandro Wosniaki (CRN-8 3823), também é nutricionista e, atualmente, conselheiro do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN).

Obesidade, problema prioritário de saúde pública

Quando o assunto é saúde da criança e do adolescente é preciso lembrar de outro problema alarmante: a obesidade. Pensando nisso, o Ministério da Saúde (MS) criou em 2021, o Proteja (Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil). Trata-se de uma iniciativa da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (CGAN/DEPROS/SAPS/MS). Desse modo, o MS convoca os profissionais de saúde e gestores, bem como a sociedade em geral, a reconhecer a obesidade infantil como um problema prioritário da saúde pública.

CRN-8 nas IES

CRN-8 nas IES

CRN-8 realiza palestras em Instituições de Ensino Superior do Paraná!

O CRN-8 realizou palestras na Unicesumar, em Londrina, e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Curitiba, nos dias 12 e 24 de maio, respectivamente.

Na Unicesumar a nutricionista e conselheira do CRN-8, Tatiana Marin CRN-8 nº 1727 participou de uma mesa redonda realizada durante a Semana Acadêmica da Saúde. O evento teve a participação dos Comitês de Ética dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Nutrição e Odontologia. O papel dos conselhos de classe foi exposto e debatido com os estudantes.

Na PUC-PR foi realizada uma atividade prática relacionada ao Código de Ética Profissional, com a participação da coordenadora técnica Carolina Bulgacov Dratch (CRN-8 2038). O objetivo foi discutir identidade, missão, organização e ações do CRN-8.

COMER CHOCOLATE É MUITO GOSTOSO E TAMBÉM PODE SER MUITO SAUDÁVEL

COMER CHOCOLATE É MUITO GOSTOSO E TAMBÉM PODE SER MUITO SAUDÁVEL

O chocolate traz alegria, energia e muitos benefícios para a saúde, mas é preciso atenção para a quantidade consumida e o tipo de chocolate escolhido. Nem todos são recomendáveis.

Na próxima semana comemoramos a Páscoa e a vontade de comer chocolate costuma ter um sensível incremento. São muitas as ofertas, com variedade estonteante. Em grande parte, a propaganda desse produto ressalta o elemento “sabor” como determinante para a escolha, mas há outros fatores que nos seduzem no chocolate, sem que tenhamos consciência. Isso, sem falar dos benefícios que o cacau oferece ao nosso organismo.


Um dos motivos de sentirmos alegria ao consumir chocolate é um de seus compostos, a substância chamada polifenol, mais especificamente da classe flavonoide, que é antioxidante e estimula a produção de serotonina no nosso corpo. “A produção dela no nosso cérebro é o que influencia não apenas a estarmos mais contentes, como também nos ajuda a combater a angústia, o estresse e o mau humor, sendo um bom calmante natural”, explica a Vice-presidente do CRN-8, nutricionista Thatielly S. Garcia (CRN 8 1705).


O chocolate é um alimento altamente estimulante, por isso um dos seus benefícios mais conhecidos é o de trazer energia ao nosso corpo, ajudando a nos manter alertas e concentrados na rotina diária. Porém, há outros bons e saudáveis motivos para comer chocolate, principalmente o amargo, que tem um percentual maior de cacau. “Tem efeitos benéficos sobre o risco de doenças cardiovasculares, em função da redução da pressão arterial, e também contém antioxidantes que protegem o coração, previnem a formação de radicais livres e o envelhecimento prematuro das células”.


Cuidado com os excessos
É preciso cuidado com a ingestão excessiva de chocolate e outros alimentos gordurosos e açucarados. Thatielly explica que o excesso de chocolate pode levar a um mal-estar estomacal e alterar a função intestinal, notadamente em crianças, idosos e pessoas que possuem problemas digestivos. E lembra que é preciso cuidar com o tipo de chocolate, pois alguns nem sempre oferecem benefícios. “O ideal é evitar o chocolate com leite, pois, além de conter muita gordura, não tem os mesmos benefícios que o chocolate meio amargo ou amargo, não favorecendo a saúde do mesmo modo”, diz.


Dica para os chocólatras
A recomendação é comer apenas uma porção de chocolate diariamente, em torno de 30 gramas, o que equivale a uma barrinha pequena, isso para aquelas pessoas que têm uma boa saúde, um peso adequado e que praticam exercício físico. As pessoas sedentárias, com obesidade ou doenças, como diabetes, devem tomar cuidado com a ingestão de chocolate. “Para os chocólatras de plantão vai uma dica: o chocolate está cheio de benefícios para a nossa saúde, sempre e quando o consumirmos com prudência e escolhendo as apresentações mais adequadas”.


Você sabe como escolher chocolate?
Os principais pontos que podem ser considerados:

Teor de cacau: quanto maior a quantidade de cacau, melhor! Os potenciais benefícios do consumo moderado de chocolate, como a capacidade antioxidante, cardioprotetora e anti-inflamatória, estão associados aos polifenóis do cacau. Logo, dê preferência aos chocolates que apresentam maior percentual de cacau, como os chocolates intensos, que possuem 70% de cacau ou mais.


Açúcar: evite o açúcar como primeiro ingrediente! Na lista de ingredientes, os componentes estão listados em ordem decrescente, ou seja, o primeiro está presente em maior quantidade no alimento. Opte por produtos compostos essencialmente por cacau e cuja lista de ingredientes inicie com “cacau”, “massa de cacau”, “pasta de cacau” ou “cacau em pó”.


Gordura: prefira aqueles que utilizam apenas “manteiga de cacau” como fonte de gordura a aqueles com gorduras advindas de outras fontes como “gordura vegetal”, “gordura láctea” ou “gordura hidrogenada”.


Clean Label: procure por opções Clean Label (rótulo limpo), compostas apenas por ingredientes que reconhecemos e que podemos encontrar em nossas cozinhas.


Tipos de chocolate:
Extra Amargo: contém algo entre 76% e 90% de cacau, além de manteiga de cacau. Há opções sem ou com pouquíssimo açúcar. O cacau possui propriedades que beneficiam as funções cardíacas, equilibram o colesterol bom e ruim e aliviam o estresse. Contém teobromina, que melhora o humor e funciona de forma semelhante à cafeína (é devido a esta substância que o chocolate é tão viciante!) e também apresenta antioxidantes, que previnem doenças e o envelhecimento precoce, além de fibras.

Atenção! Quanto mais cacau contiver, maiores serão os benefícios do chocolate. Já as opções com percentual menor de cacau, em geral, contêm grandes quantidades de açúcar e gordura, o que diminui sua qualidade e traz inclusive efeitos contrários aos do cacau. Portanto, consuma essas modalidades com moderação.


Amargo: com o percentual de 51% a 75% de cacau (sólidos de cacau e manteiga de cacau), essa opção normalmente vem com mais açúcar do que o Extra Amargo, mas possui ótimas quantidades de cacau e todas as suas qualidades e benefícios.


Meio Amargo: tem em torno de 35% a 50% de cacau. Sua composição é bem diversificada, conforme a marca do chocolate, mas é comum que contenha bastante açúcar, a exemplo do chocolate ao leite, e gordura. No entanto, é uma opção muito boa para aqueles que não apreciam o sabor forte do Extra Amargo e do Amargo.


Ao Leite: contém aproximadamente de 10% a 25% de cacau, que inclui cacau sólido, manteiga de cacau e mais de 12% de leite e açúcar. Um dos mais doces que existem, portanto representa um incremento bem grande de calorias na dieta, provenientes principalmente do açúcar, mas também da gordura do leite, da manteiga de cacau e de outras gorduras adicionadas. Aumenta as chances de engordar, se consumido em grande quantidade, ainda mais se sua dieta já for rica em outros carboidratos.


Branco: seus componentes principais são: leite, manteiga de cacau e açúcar. E, muitas vezes, a manteiga de cacau é quase totalmente substituída por gordura vegetal hidrogenada (a de pior qualidade biológica). Sendo assim, não traz benefícios relevantes para a saúde e deve ser consumido com bastante moderação.


Diet: é aquele que não contém algum nutriente. Usualmente, os chocolates diet são assim chamados por não possuírem o açúcar.


Atenção! Muitas vezes, o Chocolate Diet tem uma quantidade elevada de gordura. Outro fator a ser considerado, se você não é diabético, é que cada vez que sua boca sente o sabor doce, o corpo inteiro se prepara para receber o açúcar, só que neste caso o açúcar não chegará. Assim, a vontade de comer o chocolate pode só aumentar. É isto o que acontece com os chocolates que contêm adoçantes. Porém, se ele não tiver adoçante e nem mesmo açúcar, e ainda for amargo, pode ser considerado. Fique atento aos importados, pois a legislação para esse tipo de alimento pode variar de país para país.


Light: Contém algum nutriente em menor quantidade. Sua composição pode variar muito. Por isso, fique atento ao rótulo e veja qual nutriente ele tem a menos e se possui algum em altas quantidades, em comparação a um chocolate normal.


Abaixo, segue tabela de composição nutricional comparativa aos tipos de chocolate

Fonte: 1 – Philippi, 2002 – 2 – Unicamp, 3 – 2011 – Rótulo do alimento

Outra dica: consumir o chocolate com adição de oleaginosas, como amêndoas, nozes, avelã e amendoim. Apesar de adicionar um pouco mais de calorias, as mesmas ajudam a manter a saúde do coração em dia, pois favorecem o sistema cardiovascular e melhoram a qualidade da circulação.

Dia Mundial da Água

A contaminação da água por agrotóxicos

Dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, com o objetivo de fazer um alerta à população sobre a necessidade da preservação desse recurso tão importante. Além de ser essencial para a manutenção da vida no planeta, é indiscutível sua importância para os seres humanos. A ingestão de uma água potável limpa traz inúmeros benefícios a espécie, como por exemplo: a prevenção de doenças, regulação da temperatura corporal, absorção de nutrientes dos alimentos e na eliminação de substâncias tóxicas do corpo.

Em 2010, a ONU reconheceu o direito à água limpa e segura como um direito essencial para se viver e poder exercer os demais direitos. Na prática, porém, isso não acontece. Segundo um estudo realizado em 2015 pela Unicef, junto a World Health Organization (WHO), uma em cada três pessoas no mundo ainda não tem acesso a serviços de saneamento básico. E, aqueles que possuem esse serviço já estão consumindo água contaminada por agrotóxicos e/ou metais pesados, é o que aponta os dados de 2019 do Ministério da Saúde, junto a Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye.

Para conversar sobre esse assunto, o CRN-8 entrou em contato com o engenheiro agrônomo, Tiago Hachmann, que afirma “Esse é um dos principais problemas a serem trabalhados pelos gestores públicos na atualidade. O desenvolvimento de uma agricultura mais intensiva levou à maior aplicação de agrotóxicos para garantir a adequada produção de alimentos. O principal entrave está em realizar ações técnico-agronômicas simples, mas que garantem que não ocorra a contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos.”

A influência na saúde da população 

Por ser fundamental para a vida no planeta Terra e para os seres humanos, como já mencionado anteriormente, é importante que as pessoas tenham acesso a água de qualidade para seu consumo, seja ele direto ou indireto. Quando contaminada, ela acaba por ser um veículo de transmissão de doenças, causando sérios danos à saúde humana. Segundo o engenheiro agrônomo, “a água de qualidade, livre de agrotóxicos, é a base para a obtenção de uma alimentação saudável. A presença de agrotóxicos nos alimentos gera uma série de problemas para a saúde do consumidor, mas também dos agricultores.” E quando se trata dos impactos à saúde ele ressalta que, além das doenças, há também um impacto indireto da preocupação e insegurança em consumir a água, o que pode desencadear outros problemas.

Acesso a água sem agentes poluidores

A dúvida que fica é: O que está faltando para que a população tenha acesso a uma água sem esses agentes contaminadores? Para Tiago, os principais responsáveis por manipular os agrotóxicos são os agricultores, o que falta são “políticas públicas e ações de orientação que garantam que o agricultor faça o adequado uso dos agrotóxicos. Esse adequado uso envolve regulagem dos equipamentos, aplicação na ausência de ventos, observação da previsão climatológica para realizar a aplicação, utilização da dose recomendada, respeitar a carência recomendada, dentre outros.”.

Contudo, ele reforça que, atualmente, existem sistemas agrícolas que garantem a “não-contaminação” do ambiente por agrotóxicos, o que, por consequência, reflete também nos corpos hídricos. “Esses sistemas foram desenvolvidos com o objetivo de garantir a ausência de agrotóxicos, tanto no alimento consumido quanto na água.” Porém, um dos problemas apontados é que “os consumidores ainda tem uma visão voltada ao preço do alimento, e não à qualidade, deixando de valorizar sistemas agrícolas mais seguros e sustentáveis.”.

“PACOTE VENENO”

CFN pede a rejeição do PL 6299/2002 ao Senado Federal.

Órgão destaca os prejuízos à saúde e ao meio ambiente caso o texto que flexibiliza o uso de agrotóxicos seja aprovado.

Em um movimento contrário à aprovação do Projeto de Lei 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) enviou ao Senado Federal uma nota técnica (Leia Aqui) em repúdio ao teor da matéria, na qual apela para que os senadores rejeitem o texto que tramita na Casa. Em comunicado enviado aos parlamentares, o CFN afirma que este projeto de lei representa “uma ameaça gravosa à saúde, ao meio ambiente e à vida de brasileiras e brasileiros”.

Em síntese, a nota produzida pela Unidade Técnica do CFN lista os prejuízos que a aprovação do PL 6299/2002 representa para a sociedade brasileira, especialmente à saúde da população e ao meio ambiente. Além disso, o documento destaca os números da pesquisa realizada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, junto à Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Essa pesquisa estima que a população brasileira está exposta a uma média (ambiental/ocupacional/alimentar) de 7,6 litros de agrotóxicos por habitante ao ano.

O documento aprovado pelos conselheiros do órgão também destaca o papel do nutricionista neste contexto, trazendo à luz das suas atribuições profissionais , a reivindicação dos seus direitos como cidadão e na defesa de “sistemas alimentares ambiental, social e economicamente sustentáveis, que produzem alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade, que fomentam a agricultura familiar e camponesa, preferencialmente de base agroecológica, que geram desenvolvimento local, que promovem a justiça social e respeitam e aperfeiçoam saberes e formas de produção tradicionais, regionais e locais”.