Mitos e verdades sobre os diferentes tipos de sal: o que você precisa saber
O consumo excessivo de sal é uma preocupação crescente para a saúde pública, especialmente em relação a complicações cardiovasculares e renais. De acordo com a nutricionista e conselheira do Conselho Regional de Nutrição do Paraná (CRN-8), Ana Paula Garcia, o aumento da pressão arterial é uma das consequências mais graves desse hábito. “A pressão alta sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos, aumentando significativamente o risco de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, alerta Ana Paula. Além disso, o excesso de sódio também pode sobrecarregar os rins, resultando em retenção de líquidos e aumentando a probabilidade de formação de pedras nos rins.
Com tantas opções disponíveis no mercado, conhecer os diferentes tipos de sal e suas particularidades pode ser essencial para quem busca um consumo mais consciente. Ana Paula Garcia explica as características de alguns dos principais tipos de sal:
Sal marinho: Obtido pela evaporação da água do mar sem passar por processos de refinamento, este sal preserva uma série de microminerais e possui um sabor mais suave em comparação ao sal refinado.
Sal rosa do Himalaia: Extraído das salinas da região do Himalaia, é valorizado por sua rica composição de minerais, como cálcio e magnésio.
Flor de sal: Colhida manualmente da superfície das salinas, é famosa por sua textura delicada e sabor concentrado, sendo ideal para finalizar pratos.
Sal negro: Conhecido por seu alto teor de enxofre, tem um aroma característico que lembra o da gema de ovo, tornando-se popular em pratos veganos para imitar esse sabor.
Sal light: Uma alternativa com menos sódio, que combina cloreto de sódio com cloreto de potássio, sendo indicado para pessoas que precisam reduzir a ingestão de sódio.
Sal grosso: Utilizado principalmente em churrascos devido à sua granulação rústica e boa aderência aos alimentos.
Sal refinado: O tipo mais comum, passa por processos de refinamento e iodização, sendo amplamente utilizado para prevenir deficiências de iodo na alimentação.
Embora não haja um “melhor” tipo de sal, Ana Paula destaca a importância de reduzir o consumo de sal em geral. “Sais com menor teor de processamento, como o marinho ou o rosa, podem conter pequenas quantidades de minerais além do cloreto de sódio, o que pode ser benéfico em pequenas quantidades”, explica.
Para quem deseja reduzir a ingestão de sal, a nutricionista sugere “adaptar o paladar” para apreciar alimentos com menos sal, sem comprometer o sabor. Ela também recomenda substituir o sal por outros temperos. “Ervas frescas como manjericão, alecrim e salsa não só adicionam sabor, mas também oferecem benefícios nutricionais adicionais. Especiarias como páprica, cominho e pimenta-do-reino são excelentes para temperar sem adicionar sódio. Limão ou vinagre também são ótimas opções para realçar o sabor dos alimentos de forma natural”, sugere Ana Paula.
O consumo de sal no Brasil é preocupante. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é que cada pessoa consuma cerca de 5 gramas de sal por dia. No entanto, a média de consumo do brasileiro é de aproximadamente 9 gramas diárias, quase o dobro do recomendado.
Receita de sal de ervas
Ingredientes:
¼ de xícara de sal marinho
1 colher de sopa de manjericão seco
1 colher de sopa de alecrim seco
1 colher de sopa de salsa desidratada
Modo de preparo: Em um processador de alimentos ou moedor, combine o sal, o manjericão, o alecrim e a salsa. Triture até que as ervas estejam bem misturadas e o sal tenha uma textura fina e uniforme. Transfira o sal de ervas para um frasco limpo e seco e armazene em local fresco e seco.
A receita de sal de ervas é uma ótima alternativa para quem deseja reduzir o consumo de sal convencional, sem abrir mão do sabor nos pratos.