EM AUDIÊNCIA, CRN-8 DEFENDE COZINHAS SOLIDÁRIAS PARA COMBATE À FOME

EM AUDIÊNCIA, CRN-8 DEFENDE COZINHAS SOLIDÁRIAS PARA COMBATE À FOME

O Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná (CRN-8) defendeu, durante audiência pública realizada na quarta-feira (22) na Assembleia Legislativa do Paraná, a implantação de políticas públicas para combater a fome e a desnutrição no Paraná. A audiência foi proposta pelo deputado estadual Requião Filho. Um dos mecanismos são as Cozinhas Solidárias, medida considerada essencial para o combate à insegurança alimentar em todo o país.

A coordenadora técnica do CRN-8, Carolina Bulgacov Dratch, lembrou que a missão do Conselho é “defender o direito humano à alimentação saudável, contribuindo para a promoção da saúde da população”. “É preciso atuar em união e comprometimento para defender o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável e pela busca incessante da Segurança Alimentar e Nutricional”, ressaltou.

Carolina destacou que é necessário existir por parte do poder pública a garantia de recurso financeiros para a organização, implementação e manutenção da proposta e do funcionamento. Além disso, ela ressaltou a importância da lei federal 14.628, de 20 julho de 2023, que instituiu o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Cozinha Solidária.  “É imprescindível que tenhamos nutricionistas nas Cozinhas Solidárias para auxiliar no planejamento, na organização, evitando o desperdício de alimentos e promovendo ações de educação alimentar e nutricional”, avaliou.

Segundo ela, oportunizar acesso a alimentos seguros e saudáveis é fundamental. “Criar e ampliar ações e ferramentas para que a população em vulnerabilidade passe a ter acesso à alimentação em quantidade, qualidade, respeitando a cultura alimentar, é emergencial. A ampliação das hortas urbanas, comunitárias e cozinhas solidárias são algumas das possibilidades”, enfatizou durante a audiência.

Diante deste contexto, a Cozinha Solidária, neste contexto, torna-se uma iniciativa importante e necessário em todo Paraná. “A iniciativa objetiva fornecer alimentação para pessoas em situação de vulnerabilidade social e diminuir a situação de insegurança alimentar e nutricional no Estado. Para isso, se faz necessário planejar a Instalação de cozinhas solidárias em localidades em que a população mais vulnerável tenha acesso”, afirmou.

O EVENTO

O evento reuniu representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério Público, do Conselho Regional de Nutrição, do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, do Fórum Estadual de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, além de representantes de cozinhas solidárias e integrantes de movimentos sociais. Segundo dados de uma pesquisa divulgada pela FGV Social, a insegurança alimentar no Brasil atingiu 36% da população em 2021. A situação é ainda mais grave entre os 20% mais pobres, onde a insegurança alimentar saltou de 53% para 75%.

Participaram da audiência superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab-PR), Walmor Bordin; Ana Carolina de Almeida, do Eixo de Direito Humano à Alimentação Adequada do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o promotor de Justiça do MP-PR, André Luis Araújo; a representante do Fórum Estadual de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Fessan-PR), Elza Campos; e a chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan), Márcia Stolarski.

De acordo com os participantes, as cozinhas solidárias têm um papel fundamental no combate à pobreza alimentar, proporcionando acesso a alimentos de qualidade para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Geridas pela sociedade civil, as cozinhas solidárias ganharam destaque durante a pandemia da covid-19, fornecendo alimentos gratuitos durante o cenário de crise socioeconômica.

Participações populares

A líder comunitária da Vila Sambaqui, do Sítio Cercado, Dona Meire, trouxe o exemplo do trabalho voluntário que realiza em Curitiba, e emocionou o público. Além dela, integrantes do MTST e Batuque Formiga, e a nutricionista do programa Mesa Brasil, do SESC também falaram da experiência com os projetos que participam.