A Assembleia Legislativa do Paraná realizou, na noite desta segunda-feira (25), sessão solene em alusão ao Dia Estadual de Valorização dos Profissionais de Saúde, homenageando profissionais de saúde com diplomas de menção honrosa. A presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região, a nutricionista Cilene da Silva Gomes Ribeiro CRN-8 418, recebeu a homenagem, proposta pelo deputado Michele Caputo (PSDB), em nome dos profissionais da nutrição.
A presidente destacou a importância dos nutricionistas e dos técnicos em nutrição e dietética, tanto dos que estiveram na linha de frente no combate à Covid-19, como os que atuaram em outras áreas, citando ainda os outros profissionais da saúde e os funcionários do CRN-8. “Agradecemos imensamente à ALEP por reconhecer e homenagear o trabalho realizado por todos os nutricionistas e TND, independente da área de atuação. E eu, como presidente do Conselho, também agradeço aos nutricionistas e TND por todo o esmero e dedicação que a classe empenhou durante esta batalha que tem sido a pandemia”.
A funcionária do CRN-8 Hérica Rebello acompanhou a presidente durante a cerimônia, representando os funcionários do Conselho. “Agradeço por poder representar os funcionários do CRN, foi um momento de adaptação, principalmente tecnológica, para atender aos nutricionistas e tnds que estavam trabalhando em prol da saúde da população”.
O evento teve como base a Lei 20.429/2020, do mesmo deputado, que instituiu o Dia Estadual de Valorização dos Profissionais da Saúde, a ser realizado anualmente em 26 de abril. A data, que passou a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado do Paraná, foi escolhida para marcar a perda da técnica em enfermagem Valdirene Aparecida Ferreira dos Santos, de Curitiba, primeira profissional de saúde do Paraná morta em decorrência da Covid-19. O óbito ocorreu nesta data, em 2020.
Durante a solenidade na Assembleia, também foram homenageados profissionais do Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN), do SAMU, do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, dos Conselhos Regionais de Biologia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná, da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviço de Saúde no Estado do Paraná, do Conselho Estadual da Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, entre outros.
COMER CHOCOLATE É MUITO GOSTOSO E TAMBÉM PODE SER MUITO SAUDÁVEL
O chocolate traz alegria, energia e muitos benefícios para a saúde, mas é preciso atenção para a quantidade consumida e o tipo de chocolate escolhido. Nem todos são recomendáveis.
Na próxima semana comemoramos a Páscoa e a vontade de comer chocolate costuma ter um sensível incremento. São muitas as ofertas, com variedade estonteante. Em grande parte, a propaganda desse produto ressalta o elemento “sabor” como determinante para a escolha, mas há outros fatores que nos seduzem no chocolate, sem que tenhamos consciência. Isso, sem falar dos benefícios que o cacau oferece ao nosso organismo.
Um dos motivos de sentirmos alegria ao consumir chocolate é um de seus compostos, a substância chamada polifenol, mais especificamente da classe flavonoide, que é antioxidante e estimula a produção de serotonina no nosso corpo. “A produção dela no nosso cérebro é o que influencia não apenas a estarmos mais contentes, como também nos ajuda a combater a angústia, o estresse e o mau humor, sendo um bom calmante natural”, explica a Vice-presidente do CRN-8, nutricionista Thatielly S. Garcia (CRN 8 1705).
O chocolate é um alimento altamente estimulante, por isso um dos seus benefícios mais conhecidos é o de trazer energia ao nosso corpo, ajudando a nos manter alertas e concentrados na rotina diária. Porém, há outros bons e saudáveis motivos para comer chocolate, principalmente o amargo, que tem um percentual maior de cacau. “Tem efeitos benéficos sobre o risco de doenças cardiovasculares, em função da redução da pressão arterial, e também contém antioxidantes que protegem o coração, previnem a formação de radicais livres e o envelhecimento prematuro das células”.
Cuidado com os excessos É preciso cuidado com a ingestão excessiva de chocolate e outros alimentos gordurosos e açucarados. Thatielly explica que o excesso de chocolate pode levar a um mal-estar estomacal e alterar a função intestinal, notadamente em crianças, idosos e pessoas que possuem problemas digestivos. E lembra que é preciso cuidar com o tipo de chocolate, pois alguns nem sempre oferecem benefícios. “O ideal é evitar o chocolate com leite, pois, além de conter muita gordura, não tem os mesmos benefícios que o chocolate meio amargo ou amargo, não favorecendo a saúde do mesmo modo”, diz.
Dica para os chocólatras A recomendação é comer apenas uma porção de chocolate diariamente, em torno de 30 gramas, o que equivale a uma barrinha pequena, isso para aquelas pessoas que têm uma boa saúde, um peso adequado e que praticam exercício físico. As pessoas sedentárias, com obesidade ou doenças, como diabetes, devem tomar cuidado com a ingestão de chocolate. “Para os chocólatras de plantão vai uma dica: o chocolate está cheio de benefícios para a nossa saúde, sempre e quando o consumirmos com prudência e escolhendo as apresentações mais adequadas”.
Você sabe como escolher chocolate? Os principais pontos que podem ser considerados: Teor de cacau:quanto maior a quantidade de cacau, melhor! Os potenciais benefícios do consumo moderado de chocolate, como a capacidade antioxidante, cardioprotetora e anti-inflamatória, estão associados aos polifenóis do cacau. Logo, dê preferência aos chocolates que apresentam maior percentual de cacau, como os chocolates intensos, que possuem 70% de cacau ou mais.
Açúcar: evite o açúcar como primeiro ingrediente! Na lista de ingredientes, os componentes estão listados em ordem decrescente, ou seja, o primeiro está presente em maior quantidade no alimento. Opte por produtos compostos essencialmente por cacau e cuja lista de ingredientes inicie com “cacau”, “massa de cacau”, “pasta de cacau” ou “cacau em pó”.
Gordura: prefira aqueles que utilizam apenas “manteiga de cacau” como fonte de gordura a aqueles com gorduras advindas de outras fontes como “gordura vegetal”, “gordura láctea” ou “gordura hidrogenada”.
Clean Label: procure por opções Clean Label (rótulo limpo), compostas apenas por ingredientes que reconhecemos e que podemos encontrar em nossas cozinhas.
Tipos de chocolate: Extra Amargo: contém algo entre 76% e 90% de cacau, além de manteiga de cacau. Há opções sem ou com pouquíssimo açúcar. O cacau possui propriedades que beneficiam as funções cardíacas, equilibram o colesterol bom e ruim e aliviam o estresse. Contém teobromina, que melhora o humor e funciona de forma semelhante à cafeína (é devido a esta substância que o chocolate é tão viciante!) e também apresenta antioxidantes, que previnem doenças e o envelhecimento precoce, além de fibras.
Atenção! Quanto mais cacau contiver, maiores serão os benefícios do chocolate. Já as opções com percentual menor de cacau, em geral, contêm grandes quantidades de açúcar e gordura, o que diminui sua qualidade e traz inclusive efeitos contrários aos do cacau. Portanto, consuma essas modalidades com moderação.
Amargo: com o percentual de 51% a 75% de cacau (sólidos de cacau e manteiga de cacau), essa opção normalmente vem com mais açúcar do que o Extra Amargo, mas possui ótimas quantidades de cacau e todas as suas qualidades e benefícios.
Meio Amargo: tem em torno de 35% a 50% de cacau. Sua composição é bem diversificada, conforme a marca do chocolate, mas é comum que contenha bastante açúcar, a exemplo do chocolate ao leite, e gordura. No entanto, é uma opção muito boa para aqueles que não apreciam o sabor forte do Extra Amargo e do Amargo.
Ao Leite: contém aproximadamente de 10% a 25% de cacau, que inclui cacau sólido, manteiga de cacau e mais de 12% de leite e açúcar. Um dos mais doces que existem, portanto representa um incremento bem grande de calorias na dieta, provenientes principalmente do açúcar, mas também da gordura do leite, da manteiga de cacau e de outras gorduras adicionadas. Aumenta as chances de engordar, se consumido em grande quantidade, ainda mais se sua dieta já for rica em outros carboidratos.
Branco: seus componentes principais são: leite, manteiga de cacau e açúcar. E, muitas vezes, a manteiga de cacau é quase totalmente substituída por gordura vegetal hidrogenada (a de pior qualidade biológica). Sendo assim, não traz benefícios relevantes para a saúde e deve ser consumido com bastante moderação.
Diet: é aquele que não contém algum nutriente. Usualmente, os chocolates diet são assim chamados por não possuírem o açúcar.
Atenção! Muitas vezes, o Chocolate Diet tem uma quantidade elevada de gordura. Outro fator a ser considerado, se você não é diabético, é que cada vez que sua boca sente o sabor doce, o corpo inteiro se prepara para receber o açúcar, só que neste caso o açúcar não chegará. Assim, a vontade de comer o chocolate pode só aumentar. É isto o que acontece com os chocolates que contêm adoçantes. Porém, se ele não tiver adoçante e nem mesmo açúcar, e ainda for amargo, pode ser considerado. Fique atento aos importados, pois a legislação para esse tipo de alimento pode variar de país para país.
Light: Contém algum nutriente em menor quantidade. Sua composição pode variar muito. Por isso, fique atento ao rótulo e veja qual nutriente ele tem a menos e se possui algum em altas quantidades, em comparação a um chocolate normal.
Abaixo, segue tabela de composição nutricional comparativa aos tipos de chocolate
Outra dica: consumir o chocolate com adição de oleaginosas, como amêndoas, nozes, avelã e amendoim. Apesar de adicionar um pouco mais de calorias, as mesmas ajudam a manter a saúde do coração em dia, pois favorecem o sistema cardiovascular e melhoram a qualidade da circulação.
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) manifesta-se sobre as implicações da Instrução Normativa (IN) nº 102, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 15 de outubro de 2021, que estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos alimentares. A publicação é resultado da Consulta Pública (CP), que destacou o Relatório de Mapeamento de Impactos e o Relatório de Análise da Segurança e Eficácia da Melatonina.
O CFN reforça que o nutricionista deve ter pleno domínio técnico científico sobre o tema para, se for necessário, realizar uma prescrição eficaz, segura, pertinente e ancorada na ciência. E é seu dever manter-se atualizado quanto aos conhecimentos e às práticas necessários ao bom andamento do processo de trabalho (art. 18 da Resolução CFN nº 599, de 2018), além de monitorar o efeito da terapêutica estabelecida, incluindo a suplementação.
Caso identifique que as atividades demandadas se desviam de suas competências, deve encaminhar o cliente aos profissionais habilitados, conforme dispõe o art. 41 da mesma resolução.
Em síntese, as alterações promovidas pela IN nº 102, de 2021, ampliam o rol de suplementos alimentares para prescrição nutricional e, para isso, é importante que o nutricionista tenha clareza e estabeleça o contexto do diagnóstico do estado nutricional, das condições clínicas e alimentares do cliente, da identificação de outros agravos ou condições do paciente ou da sintomatologia para a qual o nutricionista está prescrevendo a substância.
O Relatório de Gestão 2021 tem o objetivo de apresentar aos profissionais e à sociedade, de forma objetiva e integrada, a Missão Institucional do CRN-8.
O Relatório de Gestão 2021 também apresenta aos órgãos de controle interno e externo a prestação de contas anual a que esta autarquia está obrigada nos termos do art. 70 da Constituição Federal, elaborado de acordo com as disposições da DN TCU 84/2020 e das orientações do órgão de controle interno.
Estrutura do Relatório
O Relatório de Gestão 2021 foi estruturado para facilitar a compreensão sobre a utilização dos recursos financeiros na fiscalização, normatização e orientação do exercício profissional do Nutricionista e do Técnico em Nutrição e Dietética (TND), bem como na defesa do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequadas (DHANA) com vistas à promoção e à proteção da saúde da sociedade. E está dividido em:
Mensagem do Presidente: apresentação do resumo dos principais resultados alcançados frente aos objetivos estratégicos e às prioridades da gestão. Capítulo 1 – Visão geral organizacional e ambiente externo: apresentação da identificação, missão, visão, valores, estrutura organizacional, ambiente externo, principais dirigentes, principais canais de comunicação com a sociedade e modelo de negócios. Capítulo 2 – Riscos, oportunidades e perspectivas: avaliação dos principais riscos identificados pela entidade, visão geral do modelo de gestão de riscos e controles e as principais oportunidades identificadas. Capítulo 3 – Governança, estratégia e desempenho: demonstração da estrutura de governança, processo de planejamento estratégico, programas e projetos, gastos com a fiscalização do exercício profissional e com as demais atividades finalísticas e indenizações a conselheiros. Capítulo 4 – Informações orçamentárias, financeiras e contábeis: apresentação do desempenho financeiro, orçamentário e patrimonial da gestão no exercício, balanços, demonstrações, notas explicativas e declaração do contador
Expediente
Cilene da Silva Gomes Ribeiro CRN-8 418 PRESIDENTE
Thatielly Schwarzbach de Souza Garcia CRN-8 1705 VICE-PRESIDENTE
Leticia Mazepa CRN-8 2911 SECRETÁRIA
Pietra Oselame da Silva Dohms CRN-8 5204 TESOUREIRA
Funcionários responsáveis pela elaboração do Relatório de Gestão – 2021
Dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, com o objetivo de fazer um alerta à população sobre a necessidade da preservação desse recurso tão importante. Além de ser essencial para a manutenção da vida no planeta, é indiscutível sua importância para os seres humanos. A ingestão de uma água potável limpa traz inúmeros benefícios a espécie, como por exemplo: a prevenção de doenças, regulação da temperatura corporal, absorção de nutrientes dos alimentos e na eliminação de substâncias tóxicas do corpo.
Em 2010, a ONU reconheceu o direito à água limpa e segura como um direito essencial para se viver e poder exercer os demais direitos. Na prática, porém, isso não acontece. Segundo um estudo realizado em 2015 pela Unicef, junto a World Health Organization (WHO), uma em cada três pessoas no mundo ainda não tem acesso a serviços de saneamento básico. E, aqueles que possuem esse serviço já estão consumindo água contaminada por agrotóxicos e/ou metais pesados, é o que aponta os dados de 2019 do Ministério da Saúde, junto a Repórter Brasil, Agência Públicae a organização suíça Public Eye.
Para conversar sobre esse assunto, o CRN-8 entrou em contato com o engenheiro agrônomo, Tiago Hachmann, que afirma “Esse é um dos principais problemas a serem trabalhados pelos gestores públicos na atualidade. O desenvolvimento de uma agricultura mais intensiva levou à maior aplicação de agrotóxicos para garantir a adequada produção de alimentos. O principal entrave está em realizar ações técnico-agronômicas simples, mas que garantem que não ocorra a contaminação dos corpos hídricos por agrotóxicos.”
A influência na saúde da população
Por ser fundamental para a vida no planeta Terra e para os seres humanos, como já mencionado anteriormente, é importante que as pessoas tenham acesso a água de qualidade para seu consumo, seja ele direto ou indireto. Quando contaminada, ela acaba por ser um veículo de transmissão de doenças, causando sérios danos à saúde humana. Segundo o engenheiro agrônomo, “a água de qualidade, livre de agrotóxicos, é a base para a obtenção de uma alimentação saudável. A presença de agrotóxicos nos alimentos gera uma série de problemas para a saúde do consumidor, mas também dos agricultores.” E quando se trata dos impactos à saúde ele ressalta que, além das doenças, há também um impacto indireto da preocupação e insegurança em consumir a água, o que pode desencadear outros problemas.
Acesso a água sem agentes poluidores
A dúvida que fica é: O que está faltando para que a população tenha acesso a uma água sem esses agentes contaminadores? Para Tiago, os principais responsáveis por manipular os agrotóxicos são os agricultores, o que falta são “políticas públicas e ações de orientação que garantam que o agricultor faça o adequado uso dos agrotóxicos. Esse adequado uso envolve regulagem dos equipamentos, aplicação na ausência de ventos, observação da previsão climatológica para realizar a aplicação, utilização da dose recomendada, respeitar a carência recomendada, dentre outros.”.
Contudo, ele reforça que, atualmente, existem sistemas agrícolas que garantem a “não-contaminação” do ambiente por agrotóxicos, o que, por consequência, reflete também nos corpos hídricos. “Esses sistemas foram desenvolvidos com o objetivo de garantir a ausência de agrotóxicos, tanto no alimento consumido quanto na água.” Porém, um dos problemas apontados é que “os consumidores ainda tem uma visão voltada ao preço do alimento, e não à qualidade, deixando de valorizar sistemas agrícolas mais seguros e sustentáveis.”.
O objetivo é alinhar as atividades que inspirem avanços na formulação de políticas, atitudes e ações para o controle e combate a obesidade, um grave problema de saúde pública. Para tanto convidou os Conselhos Estaduais e Regionais de Segurança Alimentar, Alimentação Escolar e de Saúde para que compartilhem de suas informações acerca das ações que estão sendo realizadas no âmbito da abrangência de seu Conselho.
Dados alarmantes
A obesidade é reconhecida internacionalmente como uma doença crônica não transmissível, fator de risco para um conjunto de outras, que acomete uma grande parcela da população mundial e do Brasil e, consequentemente, apresenta elevado impacto na saúde pública e na economia.
Em 2019, foi publicado um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que alertou para o crescimento progressivo da prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as regiões do mundo, especialmente nas populações em idade escolar. Segundo os dados do relatório, em 2016 havia 131 milhões e crianças de 5 a 9 anos, 207 milhões de adolescentes e 2 bilhões de adultos com excesso de peso. Em 2018, uma estimativa de 40 milhões crianças menores de 5 anos foram afetadas pelo excesso de peso.
No Brasil, dados alarmantes divulgados pelo Ministério da Saúde dão conta de que aproximadamente 6,4 milhões de crianças com menos de 10 anos apresentam excesso de peso e em torno de 3 milhões podem ser caracterizadas como obesas. Já entre os adolescentes os números indicam 11 milhões com excesso de peso e 4,1 milhões com obesidade.
A situação se torna mais preocupante neste momento, pois estudos apontam que a conjuntura fomentada pela pandemia de Covid-19 pode ter alavancado a obesidade infantil no país. Destacam-se como causas o crescimento acelerado da Insegurança Alimentar e Nutricional da população e agravos decorrentes da má alimentação e da inatividade física.
Nessa realidade, torna-se cada vez mais necessário o compartilhamento e divulgação de dados estatísticos e de ações voltadas ao enfrentamento desse inquietante problema de saúde pública, bem como, a partir dessas informações, a elaboração de políticas de saúde eficazes e efetivas para o combate à obesidade.
CFN pede a rejeição do PL 6299/2002 ao Senado Federal.
Órgão destaca os prejuízos à saúde e ao meio ambiente caso o texto que flexibiliza o uso de agrotóxicos seja aprovado.
Em um movimento contrário à aprovação do Projeto de Lei 6299/2002, conhecido como “Pacote do Veneno”, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) enviou ao Senado Federal uma nota técnica (Leia Aqui) em repúdio ao teor da matéria, na qual apela para que os senadores rejeitem o texto que tramita na Casa. Em comunicado enviado aos parlamentares, o CFN afirma que este projeto de lei representa “uma ameaça gravosa à saúde, ao meio ambiente e à vida de brasileiras e brasileiros”.
Em síntese, a nota produzida pela Unidade Técnica do CFN lista os prejuízos que a aprovação do PL 6299/2002 representa para a sociedade brasileira, especialmente à saúde da população e ao meio ambiente. Além disso, o documento destaca os números da pesquisa realizada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, junto à Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Essa pesquisa estima que a população brasileira está exposta a uma média (ambiental/ocupacional/alimentar) de 7,6 litros de agrotóxicos por habitante ao ano.
O documento aprovado pelos conselheiros do órgão também destaca o papel do nutricionista neste contexto, trazendo à luz das suas atribuições profissionais , a reivindicação dos seus direitos como cidadão e na defesa de “sistemas alimentares ambiental, social e economicamente sustentáveis, que produzem alimentos livres de contaminantes, que protegem a biodiversidade, que fomentam a agricultura familiar e camponesa, preferencialmente de base agroecológica, que geram desenvolvimento local, que promovem a justiça social e respeitam e aperfeiçoam saberes e formas de produção tradicionais, regionais e locais”.
O trabalho do nutricionista e a performance desportiva.
A Nutrição Esportiva tem se mostrado cada vez mais importante para o atleta profissional. É o nutricionista que tem capacidade reconhecida para orientar atletas que buscam melhor desempenho nas suas atividades, com uma alimentação saudável que integre boa qualidade de vida e busca de altas performances.
A data de 10 de fevereiro é especial para todos os desportistas. Nele, se comemora o Dia do Atleta Profissional, homenageando todas as pessoas que fazem do esporte a sua profissão. Curiosamente, somente há quatorze anos a prática desportiva foi regulamentada como atividade profissional no Brasil. A Lei 9615, de 24 de março de 1998, também conhecida como “Lei Pelé”, instituiu as normas gerais que norteiam as atividades desportivas no país. Nela, está definido o funcionamento do Sistema Brasileiro de Desporto, bem como os princípios fundamentais do esporte e a regulamentação da prática desportiva profissional, tratando de temas como a Justiça Desportiva e o controle de doping.
Gisele Farias (CRN-8 4626)* é especializada em Nutrição Esportiva Funcional e explica que o acompanhamento nutricional de um atleta é complexo e não admite fórmulas mágicas ou imediatistas. “De maneira geral, trata-se de um indivíduo que busca a melhora do seu rendimento. No entanto, a performance é alcançada ao longo da trajetória esportiva, de forma progressiva. As estratégias nutricionais devem ser programadas de acordo com a fase do treino que o atleta se encontra, o que chamamos de periodização nutricional”.
Importância da avaliação nutricional
Segundo Gisele, essas estratégias se fundamentam em três pontos principais: a periodização de nutrientes, de acordo com o volume e intensidade do treinamento, a periodização de estratégias que otimizem o rendimento esportivo e a organização do tipo e do momento da ingestão alimentar, visando a otimização da recuperação do treino. Mas, para pôr em prática essa estratégia, é fundamental uma boa avaliação nutricional. “É uma ferramenta imprescindível para o nutricionista, pois, além de identificar riscos nutricionais, reflete o estado geral de saúde do indivíduo, uma vez que resulta do equilíbrio entre a ingestão e utilização de nutrientes”.
A avaliação nutricional deve considerar a interconexão entre todos os sistemas corporais, bem como as suas interações com aspectos bioquímicos, fisiológicos, emocionais e cognitivos, fornecendo assim subsídios para determinação do requerimento energético e planejamento dietoterápico mais assertivo. “No contexto do esporte, resgatando os conceitos de bioquímica e fisiologia do exercício, devem ser investigados fatores que interferem no metabolismo energético, no estresse oxidativo, na regulação hormonal, na digestão e absorção de nutrientes, no sistema imunológico, no suporte à destoxificação e biotransformação hepática, no processo inflamatório e no equilíbrio psicológico e espiritual do indivíduo”, diz Gisele.
Integrando saúde física, mental e emocional
Para essa avaliação, é imprescindível obter dados antropométricos, bioquímicos, clínicos, dietéticos e de estilo de vida. Os instrumentos para avaliação da composição corporal mais utilizados na prática do nutricionista esportivo são adipômetro, fita métrica, bioimpedância elétrica e ultrassom. “A base da prescrição nutricional do atleta tem relação com as vias bioquímicas dos nutrientes e na fisiologia do exercício. O entendimento das vias metabólicas e mecanismos de regulação das concentrações plasmáticas dos carboidratos, proteínas e lipídios, e de como estes substratos energéticos se transformam em energia para as diversas funções fisiológicas do organismo, orienta a conduta nutricional adequada ao tipo de exercício físico”.
Há nutrientes adequados ao metabolismo predominante de cada exercício. É importante saber que, para um mesmo atleta, a estratégia nutricional para um treino que exige mais força é diferente daquela utilizada para um treino que requer mais aptidão cardiorrespiratória e ambos os treinos podem acontecer no mesmo dia. “E, aqui, reforço a importância dos conhecimentos básicos de bioquímica e fisiologia, assim como da utilização da estratégia da periodização nutricional no acompanhamento desses indivíduos. Individualizar o planejamento alimentar adequado à intensidade e/ou duração do exercício físico, traz benefícios não só para saúde física, mas também mental e emocional do paciente”, explica a especialista.
Trajetória
Gisele conta que tinha interesse na área de Nutrição Esportiva desde o início do curso de graduação e seu primeiro estágio foi em um clube de futebol. “Porém, após a conclusão do curso a vida me direcionou para a atuação no tratamento da obesidade e cirurgia bariátrica. Dez anos depois de concluir a graduação decidi fazer especialização nessa área, pois houve aumento da demanda de pacientes acompanhados por mim, que, após o emagrecimento, começaram a praticar corrida de rua e ciclismo, por exemplo”.
Em sua trajetória profissional, ela fez cursos de extensão, ouviu palestras e participou de congressos. Mas, o que a deixou mais segura para atender seus clientes foi a especialização na área de Nutrição Esportiva. Para quem se interessar em conhecer mais sobre essa área de atuação, Gisele aconselha revisar os livros de bioquímica e fisiologia e sugere buscar um estágio. “Para vivenciar a atuação do nutricionista na área esportiva e, após isso, se sentir que possui mesmo afinidade com a área, buscar cursos de extensão e especialização, além da leitura de artigos científicos e acompanhar os posicionamentos das sociedades nacionais e internacionais da medicina do esporte”.
* Gisele Farias é graduada (UFPR) e pós-doutoranda em Nutrição (UNIFESP). Doutora em Clínica Cirúrgica e mestre em Medicina Interna pela UFPR, é especialista em Nutrição Esportiva Funcional e em Nutrição Clínica Funcional. Tem experiência em atendimento clínico nutricional há 15 anos, com ênfase no acompanhamento de portadores de doenças crônicas, pacientes em preparo ou submetidos a cirurgia bariátrica e em Nutrição Esportiva. É docente na graduação e pós-graduação e pesquisadora na área de obesidade e cirurgia bariátrica.
É começo de ano e, também, de retorno às escolas. Após dois anos de ensino remoto e híbrido, a tendência é a volta ao modelo presencial em 2022. Isso representa mudanças significativas na rotina e hábitos da comunidade escolar. A alimentação é uma das principais preocupações, pois com comida não se brinca. O CRN-8 conversou com a nutricionista e conselheira Veridiane Sirota CRN-8 10170 sobre a alimentação escolar e perguntamos a ela por que ter nutricionista na escola é tão importante.
Veridiane enfatiza que é essencial que pais e mães verifiquem se as escolas que oferecem alimentação contam com nutricionista. “Uma vez fornecida a alimentação pela escola, é obrigatório que o cardápio seja elaborado por nutricionista. Sabendo disso, o próximo passo é conhecer os itens do cardápio da escola. Minha sugestão é que, durante a visita à escola, os pais solicitem o cardápio e fiquem atentos aos industrializados ultraprocessados, se há oferta de frutas e verduras, presença de açúcar e quantidade de preparações doces na semana, oferta de sobremesas doces e variedade do cardápio”.
Boa alimentação só traz benefícios
Segundo ela, o ideal é que o cardápio conte diariamente com frutas, no lanche da manhã e da tarde. Também deve-se evitar a oferta de ultraprocessados, como pão tipo bisnaguinha, achocolatados, embutidos, refrescos em pó e gelatina, além de biscoitos, com ou sem recheio. “Uma grande ressalva é para as crianças menores de 2 anos de idade, pois o cardápio deve ser totalmente isento de açúcares, adoçantes, mel ou melado”.
Uma alimentação adequada repercute em benefícios ao desenvolvimento cognitivo, concentração, foco, aprendizagem, energia para atividades físicas e brincadeiras, crescimento e ganho de peso adequado. Veridiane explica que, para elaborar um cardápio nutritivo, que vai acompanhar a criança em mais de 200 dias letivos, o profissional adequado e qualificado é o nutricionista, que conhece os nutrientes essenciais para cada faixa etária. “Além da questão nutricional, o nutricionista cuida da manipulação dos alimentos a partir de treinamentos constantes com a equipe da cozinha, para garantir a segurança sanitária de todos os itens do cardápio. Ter nutricionista na escola é ter garantia de alimentação balanceada, nutritiva e segura ao consumo!”
Cuidados com a lancheira
Já os lanches que são enviados de casa exigem outros cuidados. A nutricionista explica que para uma lancheira adequada nutricionalmente é importante que conte com líquido, fruta, carboidrato e/ou proteína. “É indispensável que os alimentos sejam armazenados em lancheira térmica e, nos dias mais quentes, contar com o gelo reutilizável.”
Algumas dicas para a lancheira:
* Líquido: Água é a primeira opção! Para variar dê preferência para líquidos sem adição de açúcar, como água de coco, chás e eventualmente um suco.
* Frutas: Item obrigatório para um lanche! Práticas para consumir com casca, ou cuja casca possa ser retirada com facilidade: maçã, pêssego, banana, pera, mexerica. As frutas que não escurecem quando picadas em potes fechados são: melancia, uva, morango, manga, kiwi, mirtilo, mamão, laranja, melão. Vale lembrar ainda das frutas desidratadas, como damasco, banana, uva-passa e tâmara.
*Acompanhamento à base de proteína e/ou carboidrato.
Proteína: queijos em geral, iogurte, ovo (ovo de codorna fica uma graça na lancheira), oleaginosas, hommus, tofu, pasta de amendoim, carnes
Carboidrato: pães, pipoca caseira (de panela), milho verde cozido, tapioca, crepioca, torradinhas, granola, panqueca de banana, bolos caseiros, cookies, biscoito de arroz, pão de queijo, biscoitos integrais sem recheio, pinhão cozido, cereais
Dica para nutricionistas que trabalham em escolas
Para Veridiane é necessário prezar pela qualidade dos alimentos servidos. Isso inclui a produção dos alimentos. “Cabe ao nutricionista a busca por fornecedores que tenham como valor a produção sustentável, com o mínimo de impactos possíveis ao meio ambiente, como no caso dos agricultores agroecológicos”.
Nesta parte, o nutricionista pode fazer a diferença não somente na alimentação e na nutrição, mas também no meio ambiente e na economia local. Pois, ao comprar dos pequenos produtores, faz a economia local girar. Veridiane conta que o nutricionista pode pesquisar na região em que atua quais são os produtores agroecológicos. “É preciso conhecer quais são os alimentos comercializados, qual a safra desses alimentos e elaborar o cardápio escolar levando em consideração essas informações. Esse trabalho pode propiciar um cardápio com mais variedade de alimentos, além de auxiliar na renda de pequenas famílias agricultoras”.
Outra dica se remete às preparações caseiras que devem ser a base do cardápio. “Se as crianças gostam de biscoitos, bisnaguinhas e achocolatados, o nutricionista pode testar receitas caseiras juntamente com a equipe da cozinha, para substituir os ultraprocessados”. É por meio da diversidade de alimentos, da forma como se apresentam às crianças, que se educa o paladar. Assim, as crianças aprendem a sentir o sabor real dos alimentos e não apenas das gorduras e açúcares, como no o caso dos ultraprocessados.
Mas e legalmente, o que é dever do nutricionista?
A obrigatoriedade da presença do nutricionista está prevista na Resolução CFN nº 378/05 e na Resolução SESA nº 162/05. Já a Portaria interministerial Nº 1.010, de 08 de maio de 2006, institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Nível Médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.
A presidente do CRN-8, Cilene da Silva Gomes Ribeiro CRN-8 418 destaca que o nutricionista é profissional capacitado para exercer a função de controle de qualidade, planejando e supervisionando as atividades de seleção de fornecedores e procedência dos alimentos. “Deve elaborar e implantar o Manual de Boas Práticas, mantendo-o atualizado, e implantar e supervisionar Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), bem como métodos de controle de qualidade de alimentos, em conformidade com a legislação vigente”.
Ela cita, ainda, a resolução CFN 600, de 25 de fevereiro de 2018, que estabelece as áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições. Nela, está definido que o nutricionista deve: identificar escolares ou estudantes com doenças e deficiências associadas à nutrição, para atendimento por meio de cardápio específico e encaminhamento para assistência nutricional adequada. “O nutricionista é responsável por realizar a avaliação, o diagnóstico e também o monitoramento nutricional dos estudantes com base nas recomendações e necessidades nutricionais específicas”, explica Cilene.
A água é essencial à vida e isso não é nenhuma novidade. Sua importância torna-se mais significativa ainda no verão, quando o corpo sofre mais para manter a temperatura corporal adequada. Manter uma hidratação adequada em dias quentes é necessário para o bom funcionamento do organismo, fortalecendo-o e evitando a desidratação.
A nutricionista e professora Silvia Moro Conque Spinelli*, CRN-8 3030, afirma que precisamos ingerir líquidos para a termorregulação corporal, em especial quando o calor aumenta. Ela recomenda a água, mas apresenta boas opções. “Também vale um suco natural, chás gelados ou água de coco”.
Formas indiretas de hidratação
Silvia diz que existem formas saborosas de manter o corpo hidratado e dá dicas. Em especial, ela indica o consumo de salada de frutas na sobremesa ou mesmo incluir frutas nas refeições. Além disso, é fundamental sempre ter uma jarra de água na mesa. “São formas indiretas de hidratação. Para as crianças é bacana fazer picolé de suco de frutas. A criança se hidrata sem a gente ficar insistindo. Facilite para que a sua família tenha água sempre por perto. Muita gente não bebe mais líquidos por não ter acesso fácil a eles”.
Cuidado com a desidratação!
Um alerta fica para quem não bebe tanta água quanto deveria: cuidado com a desidratação! Segundo a nutricionista, muitas pessoas sentem pouco o reflexo da sede. “Quando a desidratação fica grave, podemos observar a pele opaca, têmporas fundas na região lateral da face, além de confusão metal e tremedeira. E para evitar isso é necessário, simplesmente, o hábito de beber água. É, em muitos casos, um esforço de disciplina”.
Quando a pessoa já estiver desidratada e a água não estiver disponível é preciso poupar energia. “Evite esforços e saia do sol ou calor. E, claro, beba líquidos o mais cedo que puder. Pessoas que correm na rua devem ter cuidado redobrado, pois desidratam fácil ao correr sob o sol quente. A quantidade recomendada é 30 mililitros por kg de peso”.
Hidratação na covid-19 e influenza
A nutricionista e professora Gisele Pontaroli Raymundo**, CRN- 432, explica que, no caso de enfermidades causadas por vírus, como acontece com a covid-19 e com a influenza, há o comprometimento das vias respiratórias, o que exige maior consumo de água. “Isso ajuda a fluidificar as secreções e a expeli-las com mais facilidade, trazendo a melhoria dos sintomas. Alivia o que a gente chama de ‘peito carregado’, que é quando o muco fica muito denso e precisa ser expelido”.
Outro benefício que a ingestão de líquidos traz está relacionado à necessidade de termorregulação em casos de elevação da temperatura corporal. “Essas doenças causam febre e isso faz com que percamos líquido. Por isso, é importante tomar água para manter a temperatura do corpo. É um recurso que a gente tem para aliviar a febre.
* Silvia Moro Conque Spinelli é Nutricionista, Mestre em Bioética com ênfase em obesidade infantil. Também é Doutoranda em Enfermagem com pesquisa em esteatose hepática. Professora da graduação em nutrição e nutricionista Clínica e Esportiva.
** Gisele Pontaroli Raymundo – nutricionista, mestre em educação, doutoranda em saúde coletiva. Docente do curso de Nutrição