A importância da alimentação no retorno às aulas presenciais
Escolas particulares de várias cidades retornaram às atividades e nutricionistas têm o desafio das novas demandas que vieram junto com a Pandemia de Covid-19. Para o ensino público, o PNAE garante os kits no ensino híbrido e orienta à volta ao presencial por meio de cartilha.
O ano de 2021 será diferente dos anos passados. Além dos protocolos sanitários já sabidos com relação à Pandemia de Covid-19, as questões de Segurança Alimentar e Nutricional, também é necessário assegurar o bem estar emocional das crianças e adolescentes que estão passando por dificuldades devido ao isolamento, ao receio de precisar voltar ao ensino presencial e tantos outros problemas que apareceram devido ao quadro social e sanitário atual.
A nutricionista e membro da diretoria do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região – CRN-8, Thatielly Schwarzbach – CRN-8 1705 trabalha com alimentação escolar em escolas particulares. Para a nutricionista, o retorno às aulas presenciais envolve um rígido protocolo de saúde e higiene. Mas mais que isso, essa volta requer que toda a equipe escolar tenha um olhar especial para o acolhimento. “A escola, naturalmente, já tem o papel de acolher. Será necessário apoiar os alunos com seus sentimentos, que neste momento estão bem aflorados, existe ansiedade em rever os colegas, medo em relação ao vírus, uma mistura de sensações e vontades. Ser ouvinte deles será bem importante. E a alimentação em meio a tudo tem papel essencial”.
Alimentação, afeto e comensalidade
Durante o ano passado, relatos de saudades da alimentação da cozinha da escola foram comuns. De acordo com Thatielly, estudantes que antes passavam o dia na escola, sentiram faltadas preparações. “Conversei com algumas pessoas da comunidade escolar e escutei frases como “que saudades daquele feijão que só a tia da cozinha faz”, ou “aquele sabor da carne moída só tem na minha escola”, ” minha mãe não sabe fazer esse arroz soltinho daqui”. O alimento também vai acolher com certeza nesse momento de mudança de rotina”, relata.
Thatielly destaca que depois de quase 12 meses longe da escola, a nutricionista que trabalha com esse público terá um grande desafio. “Durante esse período os hábitos alimentares mudaram, tudo mudou. O profissional precisará buscar alternativas para envolver novamente a criança ou adolescente a ter uma alimentação equilibrada. A educação nutricional é fundamental. É preciso entender que o momento é outro e que as mudanças irão acontecer gradativamente. Fazer com que o aluno, que anteriormente tinha uma alimentação adequada a ter aquelas mesmas escolhas é o objetivo, porém entender as mudanças que a rotina dele está tendo será de grande sabedoria para fazer as estratégias corretas e necessárias para buscar o equilíbrio”.
Recomendações para o retorno às aulas presenciais – PNAE
O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE – produziu uma cartilha com o objetivo de orientar sobre o retorno ao ensino presencial, considerando as condições especiais de segurança sanitária que a pandemia por Covid-19, promovendo a segurança alimentar e nutricional e as ações de Educação Alimentar e Nutricional.
Clique aqui para baixar a cartilha
Entrega de kits no ensino híbrido – educação pública
A alimentação escolar nos espaços públicos depende do protocolo que cada município ou estado definiu. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, por meio do PNAE, reafirma que os entes federativos podem manter a entrega de alimentos comprados aos estudantes.
A comunidade escolar de todo o Brasil precisa estar atenta. Em matéria recente publicada no site do FNDE, o órgão reafirma que a regra que permitiu a entrega de alimentos do PNAE diretamente aos estudantes durante a pandemia de coronavírus continua valendo.
Com isso, permanece em vigor a modificação realizada na Lei nº 11.947/2009, de 7 de abril de 2020, que autoriza os entes federativos (estados, municípios e Distrito Federal), durante o período de suspensão das aulas presenciais devido a pandemia de Covid-19, a distribuir os gêneros alimentícios adquiridos com recursos do PNAE a estudantes ou responsáveis.